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ELENCO:
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Xerxes como O Gato
Não
creditados:
COMENTÁRIOS:
Ed Wood, o
Rei do Sci-Fi B, ficaria orgulhoso deste filme. A mistura de terror e ficção
científica com tema atômico já fora abordada por Wood em seu The Bride of the
Monster (1955) e Monstrosity/The Atomic Brain revisita o assunto: cientista
louco, transplantes de cérebros, homem-cão, mulher-gato e uma adorável garota
zumbi são alguns dos elementos apresentados. Junte-os com uma narração em off
totalmente desnecessária, uma trilha de desenho animado e péssimas atuações e
terá uma receita de sucesso para um “tão-ruim-que-é-bom”.
Filmado em
dez dias por Joseph Mascelli, The Atomic Brain é um clássico “Faça-Você-Mesmo”
de Hollywood. Além das semelhanças do filme com a obra de Wood no final dos
anos 50, a pós-dublagem, a narração monótona e uma localização claustrofóbica
singular (uma antiga mansão localizada ao redor de Hancock Park em Los Angeles)
cimenta a experiência. Este é o perfeito tipo de filme de charme estranho que
inspira buscas globais para descobrir sua existência. Por sorte, não é preciso
ir tão longe, então saboreie todos os 65 minutos.
O filme
começa no laboratório subterrâneo do Dr. Frank (Frank Gerstle: THE MAGNETIC
MONSTER, D.O.A., THE NEANDERTHAL MAN, KILLERS FROM SPACE, THE WASP WOMAN, SHOCK
CORRIDOR, THE FOUR SKULLS OF JONATHAN DRAKE) enquanto um narrador (Bradford
Dillman: JIGSAW, FEAR NO EVIL, THE MEPHISTO WALTZ, ESCAPE OF THE PLANET OF THE
APES, REVENGE, THE RESURRECTION OF ZACHARY WHEELER, MOON OF THE WOLF, CHOSEN
SURVIVORS, THE DISAPPEARANCE OF THE FLIGHT 412, DEMON, DEMON BUG, THE SWARM,
PIRANHA, LORDS OF THE DEEP) nos informa que o cientista está trabalhando para a
Sra. March (Marjorie Eaton: ZOMBIES DE MORA TAU, NIGHT TIDE, THE KILLING KIND,
THE REINCARNATION OF PETER PROUD, CARDIAC ARREST, THE ATTIC) uma velha avarenta
e milionária em busca da vida eterna.
O Dr. Frank
procura, através de cirurgias experimentais de transplante de cérebros de
animais em cadáveres, uma maneira de transferir o cérebro de sua tirânica
patroa para outro corpo, jovem e belo. As primeiras experiências falharam,
produzindo monstruosidades como Hans, o homem-cão (inexplicavelmente o
transplante do cérebro canídeo faz com que Hans desenvolva presas e pêlos no
rosto como um lobisomem de filmes dos anos 40). O cientista crê que precisa de
corpos frescos e, com a ajuda do homem-cão, rouba o cadáver de uma garota para
continuar seu experimento. Infelizmente, é um novo fracasso, e o que resulta é
apenas uma beldade zumbi sem cérebro, mas que pode ter algum uso “divertido”
para Victor (Frank Fowler), o “gigolô” tratado como criado pela Sra. March.
O tema de
instalar um cérebro existente em um novo corpo jovem era particularmente novo
em 1964. Em The Brain That Wouldn't Die (1962), o Dr. Bill procura por um corpo
fresco no qual ele possa instalar a cabeça de sua noiva. Em The Madmen of
Mandoras (1963), presumivelmente se procurava um corpo jovem no qual pudesse
transplantar a cabeça/cérebro de Hitler. Em Creation of the Humanoids (1962) as
pessoas "salvariam" sua consciência para que, após a morte, pudessem
ser transferidas para um novo corpo. Uma variação do tema está em She Demons
(1958), na qual o sinistro Dr. Osler extraía os hormônios de "beleza"
das mulheres jovens para restaurar a beleza de sua esposa.
Como os
cadáveres não estão funcionando para as experiências do cientista, a Srta.
March coloca um anúncio nos jornais procurando contratar mulheres jovens como
empregadas domésticas. March mora perto de Hollywood, portanto, há um grande
número de mulheres bonitas no mundo que querem uma viagem aérea gratuita para
lá. As mulheres respondem de todo o mundo, enviando seus currículos junto com
suas fotografias. March escolhe apenas aquelas que acha que são as mais belas:
as que ela gostaria de ser.
Logo a
Srta. March está inspecionando pessoalmente três garotas, até mesmo pedindo que
tirem suas roupas para que possa ver bem seus corpos nus e determinar qual
delas gostaria de ser. As três jovens, Anita Gonzalez (Lisa Lang) do México, a
estonteante e idiota Beatrice 'Bea' Mullins (Judy Bamber: A BUCKET OF BLOOD) da
Inglaterra e a austríaca, Nina Rhodes (Erika Peters: MR. SARDONICUS, HOUSE OF
THE DAMNED), não percebem isso, é claro. Pensam que a Srta. March está
preocupada com possíveis problemas de saúde. A escolhida é Beatrice e as outras
duas são tratadas como as cobaias dispensáveis que serão em breve.
Se este
filme “tinha pernas” no início da década de 1960, foi provavelmente porque os
jovens com carga hormonal esperavam ver mais da atriz Judy Bamber.
O enredo,
no qual Jack Pollexfen também é creditado como um dos escritores, junto com Vy
Russell e Sue Dwiggens (INDESTRUCTIBLE MAN) e Dean Dillman Jr. (seu único
título como escritor e produtor), está recheado de inconsistências científicas:
a mutação canina já referida de Hans, cirurgias que não deixam qualquer tipo de
cicatriz, cérebros pequenos de animais como cães e gatos que se alojam
perfeitamente nas caixas cranianas de humanos e o uso de um cíclotron para
reanimar cadáveres, fará a alegria dos fãs de Sci-Fi B.
Inexplicavelmente,
o compositor Gene Kauer (THE ASTOUNDING SHE-MONSTER, THE CAPE CANAVERAL
MONSTERS, THE BEAST OF YUCCA FLATS, THE ICE HOUSE, CLAWS, MONSTROID) pensou que
seria uma grande ideia ter uma seção de sopro e um xilofone tocando música tola
de desenho animado ao longo do filme. O que sem dúvida salvou THE ATOMIC BRAIN
foi o fato de que, em algum momento, os adolescentes hormonais poderiam ver
mulheres quase nuas, suas belezas cobertas apenas por uma fina cinta de metal.
Sem nunca
se cansar, a ridícula música "Looney Tunes", junto com o narrador, a
direção irregular e as más atuações, fazem deste filme um desastre.
Segundo o
IMDb, houve dois diretores: Joseph V. Mascelli – que ficaria famoso mais tarde
por seu livro “Os Cinco Cs da Cinematografia” - e o não credenciado Jack
Pollexfen (THE MAN FROM PLANET X, SWORD OF VENUS, PORT SINISTER, THE
NEANDERTHAL MAN, DRAGON'S GOLD, INDESTRUCTIBLE MAN, DAUGHTER OF DR. JECKYLL).
Pollexfen demitiu Mascelli durante a produção e terminou ele mesmo de dirigir o
filme, mas foi esperto o bastante para não incluir seu nome nos créditos.
CURIOSIDADES:
O
co-produtor e co-escritor Dean Dillman Jr. foi o irmão mais velho do ator
Bradford Dillman que narrou o filme.
Em uma
entrevista com o historiador do cinema Tom Weaver, Pollexfen disse que
Monstrosity "foi filmado por volta de 58, com um elenco basicamente
amador". Foi originalmente orçado em 25.000 dólares, mas acabou com um
custo final de "cerca de 40.000 dólares", e foi o único filme com o
qual ele estava ligado que nunca teve lucro. Pollexfen disse que "tudo deu
errado" com a realização do filme. Ele o chamou de "certamente o pior
filme com o qual eu já estive envolvido" e seu menos favorito dos filmes
em que ele havia trabalhado.
De acordo
com o American Film Institute, Monstrosity foi lançado nos cinemas em setembro
de 1963. Entretanto, só foi revisado por Variety depois de uma exibição num
cinema de Hollywood em 9 de dezembro de 1964, cerca de 15 meses depois de seu
lançamento oficial. E como parte de uma pergunta que Weaver fez a Pollexfen na
entrevista, Weaver se referiu ao filme como sendo lançado "por volta de
1964", aproximadamente seis anos depois de ter sido feito em 1958.
A acadêmica
Bonnie Noon analisou Monstrosity em seu livro "Gender in Science Fiction
Films 1964-1979: A Critical Study". Ela observa que tanto mulheres quanto
homens são retratados de formas estereotipadas de gênero. O filme desvaloriza
"mulheres de uma certa idade" na forma da Sra. March, que quer
substituir seu corpo inaceitavelmente envelhecido por um mais jovem. Mas o
filme "também é crítico em relação aos homens". Victor (Frank Fowler),
"companheiro masculino de longa data" da Sra. March, "não é
retratado como um homem digno de grande consideração". Um exemplo é como
Victor se refere à garota-zumbi: "Ela não tem cérebro? Pode ser
vantajoso."
"Bobb",
cuja crítica do filme está na edição de 16 de dezembro de 1964 da revista
Variety, tem pouco a dizer sobre o filme. Ele escreve que "Monstrosity
(Monstruosidade) prova que seu nome não é um nome equivocado" e que é uma
"tentativa de chocar, mal dirigida e mal escrita". Em sua opinião, "é
difícil distinguir os zumbis dos outros atores", e ele aponta que
"Nina, Bea e Anita perdem seus sotaques estrangeiros no meio do
filme".
Os
revisores mais recentes não estão mais bem impressionados do que
"Bobb" estava. Escrevendo na The Zombie Movie Encyclopedia, o
acadêmico Peter Dendle o chama de um "horror merecidamente infame"
que inclui a "mais antiga declaração explícita de que a decadência
cerebral é responsável pela diminuição da inteligência zumbi". Aqui, o
Cadáver Andante, uma "criatura que anda e respira, semelhante a um
zumbi" exibe "apenas funções motoras básicas", pois ela
"vagueia pelo laboratório da adega com seu manto branco e pés descalços
com um olhar vazio".
Mas como os
zumbis não figuram de forma proeminente na narrativa, o historiador do cinema
Glenn Kay categoriza Monstrosity como um filme de "Zumbi sem Zumbis".
Ele o chama de "um divertido e ridículo esforço de drive-in", um
filme que é "tão ruim, que é bom".
O
historiador do cinema Jamie Russell também encontra pouco que cause uma
impressão favorável. Ele escreve que as únicas monstruosidades a serem vistas
são "uma mulher com cérebro de gato, um homem com cérebro de cão e uma
garota-zumbi cuja matéria cerebral foi descartada". Semelhante a Kay, ele
o chama de "cinema trash", mas "não sem diversão perversa".
O crítico
Mike Bogue escreve que "Provavelmente a melhor coisa sobre o filme é sua
duração, pouco mais de uma hora. Embora não seja tão horrível como The Beast of
Yucca Flats (1961), Monstrosity ainda é duro de roer. Entretanto, os atores são
bastante bons para este tipo de filme". Ele também observa que enquanto
"Hans é mencionado como uma Monstruosidade (...) os espectadores podem
sentir que a verdadeira monstruosidade é o próprio filme".
Em
"Zombiemania: 80 Filmes Para Morrer", o acadêmico e autor Arnold T.
Blumberg escreveu que a versão de "Mystery Science Theater 3000 é a única
que pode ser assistida".
Sob o
título The Atomic Brain, o filme foi exibido no episódio #518 do Mystery
Science Theater 3000, exibido pela primeira vez em 4 de dezembro de 1993. Não
chegou ao top 100 em uma pesquisa de opinião do MST3K Season 11 Kickstarter
backers; da mesma forma, o escritor Jim Vorel, em seu ranking de todos os 191
episódios do MST3K, colocou o episódio em #151, chamando-o de "uma peça
monótona de Preto & Branco ... [que] parece intercambiável com qualquer um
dos MUITOS outros episódios de 'cientista louco'".
O filme foi
adaptado para um musical em 2010. A peça é descrita como "perfeita para
escolas secundárias e teatros comunitários", com "vários papéis femininos
fortes", "conteúdo adequado para todas as idades" e "gatos
dançarinos".
Xerxes, o
gato, era de Judy Bamber.
Embora
tivesse dirigido e rodado filmes no exército, este foi o único crédito de
diretor em um longa-metragem civil para Joseph V. Mascelli. Ele é mais lembrado
por seu livro "Os Cinco Cs de Cinematografia", que, mais de 55 anos
depois (2020), permanece impresso e é considerado um clássico e um dos textos
mais importantes da cinematografia.
O filme,
realizado em dez dias em 1958, só foi lançado em 1963. De acordo com o produtor
Jack Pollexfen, a produtora faliu perto da metade das filmagens, não deixando
dinheiro para terminar o filme. Eles tentaram consertá-lo na sala de montagem
durante os anos seguintes, mas foi impossível.
O corpo nu
na primeira cena é interpretado por Margie Fisco. Ela tinha 19 anos, e este foi
seu segundo de apenas dois papéis; seu primeiro foi Kipling's Women (1961),
onde ela interpretou uma nudista e tinha apenas 16 anos na época.
Marjorie
Lee Eaton atuou como a Imperatriz Palpatine no lançamento original de The
Empire Strikes Back, embora seu rosto estivesse mascarado e sua voz dublada.
Judy Bamber
seguiu carreira como modelo de revistas masculinas.
SCREENSHOTS:
Puta que pariu , faz décadas que estou com idéia de fazer essas legendas
ResponderExcluirNÃO TEM COMO AGRADECER CARA, MUITO , MUITO OBRIGADO MESMO !!!!!
Kkk! Sabia que ia gostar desta postagem, Carlos! Encontrei o filme faz algum tempo e quando assisti já tive vontade de legendar e trazer para cá, pois ele é a cara do Cine Space Monster!
ExcluirO SPACE MONSTER TA CADA VEZ MELHOR
ResponderExcluirSÓ TEM CARA FODA COMPARTILHANDO AQUI
VALEU MEMSO !!!!!!!!!!!!!!!!
Foda são vocês, Carlos, Major e todos os que já participaram do blog, nós que agradecemos por ter criado esse espaço incrível que é o CINE SPACE MONSTER!
ExcluirDifícil é encontrar algum filme B que já não esteja aqui, mas ainda tenho alguns para trazer para cá que sei que vai gostar bastante também, aguarde!
Nada melhor que um filme bem ruim.
ResponderExcluirConcordamos 100 %, Sci Fi Man!
ExcluirFilme hilário e cheio de beldades, um prazer para os olhos e uma ótima diversão. Excelente post, Karamazov, congratulations!
ResponderExcluirO filme é mesmo muito engraçado e com certeza as beldades são um colírio para os olhos, obrigado pelo comentário e por apoiar nosso trabalho, Jean!
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