Spider Baby é o filme que marca a estreia de Jack Hill (Switchblade Sisters, Foxy Brown) e uma das últimas participações de um dos grandes ícones do cinema de terror, o lendário Lon Chaney Jr.
A história desenrola-se na decrépita mansão rural da família Merrye, cujos membros vivem assolados por uma estranha doença hereditária, uma desordem neurológica que se manifesta a partir dos dez anos de idade, chamada Síndrome de Merrye. As vítimas da Síndrome de Merrye sofrem de uma regressão progressiva da maturidade que os transporta para um estado pré-humano, caracterizado pela ausência de qualquer código moral e que os conduz, irremediavelmente, à barbárie e ao canibalismo.
Na mansão vive o motorista da família, Bruno (Lon Chaney Jr.), que toma conta da última geração que carrega consigo a maldição da família Merrye: duas irmãs sexualmente precoces, Elizabeth (Beverly Washburn) e Virginia (Jill Banner), e o seu irmão Ralph (Sid Haig), um jovem de aparência e modos desengonçados. No porão da casa ainda vivem os tios, que são tratados como se fossem animais. Os três irmãos entretêm-se a capturar e a matar toda a espécie de criaturas que se atrevem a entrar na propriedade da família, incluindo o desafortunado carteiro (Mantan Moreland), portador de um telegrama que anunciava a chegada de dois primos distantes.
Quando estes chegam, trazem um advogado e sua secretária a fim de reivindicarem a propriedade para si como herdeiros legítimos. No processo o controle instável de Bruno sobre os jovens se deteriora; assassinato, caos e loucura são apenas a ponta do iceberg que se aproximará.
O desempenho dos atores é um dos pontos fortes do filme: Jill, Washburn, Haig e Chaney Jr. dão corpo de forma brilhante a esta família de degenerados. No papel de Ralph, Sid Haig (um veterano dos filmes bagaceiros) com os seus trejeitos simiescos, a cabeça pendente, o andar titubeante, o olhar vazio e a boca escorrendo baba, tem uma interpretação corporal imensa. Jill Banner ficou inquietantemente sexy e ingênua no papel de Virginia, as vezes áspera e imprevisível quando excitada, e por vezes calma e melancólica enquanto espreita furtivamente suas vítimas. Ao contrário, Beverly Washburn, que encarna a irmã de Virginia, tem uma interpretação mais histérica e violenta, o que só contribui para sublinhar a súbita mudança nos estados mentais degenerativos desta bizarra família. Lon Chaney Jr. tem uma interpretação misteriosamente suave, dando corpo à única voz da razão naquela imensa casa.
O filme foi rodado em agosto/setembro de 1964 com o título prévio de Cannibal Orgy, or The Maddest Story Ever Told, mas a sua estreia foi sendo adiada durante vários anos devido à falência decorrente dos produtores. Em 1968, o produtor David Hewit adquiriu os direitos de distribuição do filme e mudou o título, primeiro para Spider Baby e, mais tarde, para The Liver Eaters. Com o tempo, Spider Baby foi ganhando a reputação de filme cult até ser considerado como uma espécie de obra matriz, uma fonte de inspiração para muitos dos clássicos de cinema de terror moderno que o gênero costuma reciclar à torto e a direito.
* Jack Hill conta que Chaney, entusiasmado pela participação num projeto que aliava o terror à comédia e temendo que os produtores oferecessem o papel à John Carradine, reduziu uma quantia substancial do seu cachê e aceitou permanecer sóbrio durante todo o tempo da filmagem.
* Uma versão musical de Spider Baby tem desempenhado grandes apresentações nos teatros norte-americanos em busca de um público mais vasto e conseguiu espaço em salas como a Empty Space, em Bakersfield, California, Grange Hall, Oregon e em Orlando, na Florida no Black Orchid Theater. Em 2009, o musical excursionou com paradas em Fresno, Los Angeles, Bakersfield, Tehachapi e San Francisco, Califórnia. A turnê de 2010 teve paradas em Las Vegas, Nevada, Toronto, Ontário e Los Angeles.
* Várias referências são feitas para os filmes de terror da década de 40 como quando Bruno (Chaney) os adverte que a lua está cheia, uma clara referência à The Wolf Man . Além disso, o próprio Chaney canta a música-tema, uma paródia do clássico Monster Mash, durante a abertura do filme.
* A banda paralela do vocalista do Faith no More, Mike Patton, chamada Fantomas, fez uma versão da música de abertura do filme no álbum The Director’s Cut.
* A fotografia é de Alfred Taylor, que já havia trabalhado no filme O Cérebro Atômico (The Atomic Brain aka Monstrosity, 1963). O custo de produção foi de cerca de US $ 65.000, e levou apenas 12 dias para ser filmada em película preta & branca.
SCREENSHOTS
Obrigado pelo filme
ResponderExcluirnunca havia visto um filme bem antigo em preto e branco com o Sid haig, só no cine space monster mesmo grande trabalho de todos os colaboradores
Ass: Renam
De nada Renam.
ExcluirEsse filme é demais! O Jack Hill tinha uma mão boa pra fazer esses filmes de gênero. Switchblade Sisters! Sorceress! Big Doll House!
ResponderExcluirCom certeza Márcio ele fez muita coisa legal, fora esses que você citou , acho que o que ficou mais marcado e tem uma legião de fãs foi o filme FOXY BROWN ,com a Pan Grier, a rainha do Blaxploitation
ResponderExcluirEle fez vários filmes com o Boris Karloff também
Pô, esse eu não sabia que era dele. A Foxy Brown puxando a arma de dentro do cabelo tinha de estar em uma lista de melhores cenas do cinema.
ExcluirKKKKK pode ter certeza !
ExcluirEle dirigiu e escreveu o roteiro da Foxy Brown
Carlos, aqui tem café no bule ... Só agradecer e desejar gratulações por este trabalho maravilhoso ... aqui tudo é incrível e a Sétima Arte não morrerá jamais.
ResponderExcluirCarlos, esqueci de digitar meu nome, Gilson Nogueira ... fico pensando qual seria na sua opinião o melhor filme de Ficção Científica de todos os tempos, pois sei que seria uma tarefa difícil na escolhas ... o meu filme ou produção escolhida, foi o primeiro que assisti no cinema, que foi a Guerra do Mundos de 1953. Sou Ufólogo, e meu PORTAL-GNA, sempre procurou como aqui boas informações ... fique em Deus, e que este sucesso aqui continue sempre - GNA.
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