SINOPSE:
ELENCO:
Tom Atkins, Doug
Bradley, Joe Bob Briggs, Lori Cardille, John Carpenter, Nick Castle, Larry
Cohen, Jeffrey Combs, Barbara Crampton, Sean S. Cunningham, Joe Dante, Keith
David, Katie Featherston, Mick Garris, Michael Gingold, Stuart Gordon, Andre
Gower, Gunship, Spencer Hickman,Kane Hodder,Tom Holland, Graham Humphreys, Lloyd
Kaufman, Robert Kurtzman, Heather Langenkamp, Don Mancini, Harry Manfredini, Kelli
Maroney, Robbi Morgan, Bill Moseley, Greg Nicotero, Phil Nobile Jr., Cassandra Peterson,
James Rolfe, Ken Sagoes, Ben Scrivens, James
A. Janisse (Dead Meat), Corey Taylor, Cecil Trachenburg, Ryan Turek, Caroline
Williams, Alex Winter, Heather Wixson, Tom Woodruff Jr., Brian Yuzna.
LINK DEPOSITFILES:
COMENTÁRIOS:
In Search of Darkness é um documentário com uma proposta
simples e direta: destrinchar a produção de horror dos Estados Unidos da década
de 80. Lançado em maio de 2019, acabou não chamando tanta atenção no Brasil (ou
mesmo lá fora), provavelmente por não ter recebido uma distribuição e
divulgação mais abrangentes. O que é compreensível, já que o projeto não saiu
de um estúdio convencional, sendo fruto de uma bem-sucedida campanha de
arrecadação dos sites Kickstarter e Indiegogo.
Com a meta alcançada e os fundos garantidos, o diretor e
roteirista David Weiner deve ter pensado que os apoiadores mereciam ver seu
dinheiro bem empregado. E entregou um filme de quatro horas e meia de duração.
E pensar que teve gente reclamando de O Irlandês…
Longo desse jeito, talvez funcionasse melhor como uma
minissérie, mas a edição é ágil, e o espectador é bombardeado sem parar por uma
quantidade aparentemente ilimitada de informações. Também ajuda a quantidade (e
a qualidade) incrível dos entrevistados, de diretores e produtores do quilate
de John Carpenter, Joe Dante, Don Mancini e Greg Nicotero, a atores e atrizes
como Jeffrey Combs, Kane Hodder, Cassandra Peterson, Alex Winter, Barbara
Crampton e muitos mais, além de maquiadores, bonequeiros, técnicos em
animatrônicos, sonoplastas, músicos e todos aqueles que ajudam a fazer um filme
de horror, em toda a sua sanguinolência e membros decepados.
O documentário não organiza as produções por temática,
subgênero ou diretores, em vez disso vai progredindo cronologicamente, de 1980
a 1989. Inicialmente, parece uma escolha meio esquisita, com filmes um tanto
díspares sendo agrupados, tais como Christine, o Carro Assassino, Psicose 2 (Psycho
2) e Videodrome: a Síndrome do Vídeo, todos de 1983. Mas o formato permite
visualizar a variedade de lançamentos de ano a ano, cada um deles trazendo uma
quantidade quase inacreditável de (hoje) clássicos.
De vez em quando surgem alguns assuntos específicos, que
englobam a década como um todo, tais como a música da época, os efeitos
especiais, a cultura de locadoras, etc… E tome informação! Esse, na verdade, é
um dos grandes trunfos do filme. Sucessos de crítica, como O Iluminado (The
Shining), possuem seus próprios documentários, examinando cada detalhe da
produção. In Search of Darkness acaba dando a oportunidade de outros filmes
contarem suas histórias.
E histórias não faltam. Como uma do diretor Joe Dante,
explicando que o sucesso Gremlins (Gremlins, 1984) deveria ter sido menos
terrir e mais horror mesmo, sendo que as mortes mais violentas acabaram no
assoalho da sala de edição. E também que o monstrinho fofo Gizmo (Baby Yoda
antes do próprio Baby Yoda) deveria ter sofrido uma mutação (lembrem-se das
regras!) e se tornado o vilão do filme, o gremlim psicopata e de moicano
grisalho Stripe.
Mas aí, um tal de Steven Spielberg resolveu visitar a
produção e sugeriu que Gizmo durasse até o fim e se tornasse o parceiro de
aventuras do protagonista. Resultado: o bichinho não só sobrevive, mas ainda
retorna para a continuação, muito mais escrachada, com direito à montagem de
treinamento estilo Rocky e cosplay de Rambo.
Também ficamos sabendo que Comboio do Terror (Maximum
Overdrive) foi a estreia de Stephen King na direção. E ele estava tão louco de
pó, que o filme virou uma bagunça que conseguiu não agradar ninguém. Nem mesmo
os muitos fãs do escritor, que cheirou até esquecer praticamente tudo o que
aconteceu durante a produção…
Mas o legal mesmo é perceber as tendências dos anos 1980
como um todo. Foi, por exemplo, a década dos lobisomens, com filmes como Grito
de Horror (The Howling) e suas continuações, além de Bala de Prata (Silver
Bullet), A Companhia dos Lobos (The Company of Wolves) e, claro, Um Lobisomem
Americano em Londres (An American Werewolf in London). Foi por este último que
Rick Baker levou um merecidíssimo Oscar de Maquiagem, categoria recém-criada e
que, em sua estreia, acabou premiando justamente um filme de horror, mostrando
a força do gênero.
Os anos 80 foram ainda a década do horror em 3D, que já
tinha tido um grande momento nos anos 50 e agora retornava principalmente para
tentar gerar interesse por continuações. E foram essas continuações que
acabaram ajudando a lançar a carreira de muitas atrizes famosas, tais como Meg
Ryan em Amityville 3: O Demônio (Amityville 3D) e Tubarão 3 (Jaws 3).
A onda começou justamente com O Parasita (Parasite), com
uma Demi Moore quase adolescente. Como observa um dos entrevistados, “o 3D
deveria ter vindo para revolucionar a experiência cinematográfica mas ainda
estamos esperando essa revolução”. Verdade. Por sorte, a moda atual parece
estar, finalmente, perdendo força.
Foi também o tempo das locadoras. É difícil explicar o que tinha de mágico nelas para quem não viveu a época (velho adora reclamar, tenham paciência!), mas havia uma socialização naquele espaço que se perdeu quando elas cerraram as portas. Sem internet e com pouco acesso a publicações especializadas (no Brasil, a um certo custo, ainda se encontrava a revista Fangoria, importada, cara e toda em inglês), era preciso apostar na capa do VHS, se agradar da sinopse, buscar algum nome conhecido na produção ou confiar nas indicações.
Eram os funcionários, que passavam o dia assistindo
filmes, que davam as dicas, além dos amigos e outros frequentadores da
locadora. Num tempo onde havia uma em cada esquina, em vez de farmácias
(creiam, jovens!), você escolhia a sua favorita nem tanto pelo preço da locação,
mas pelas pessoas que encontrava por lá.
E aqui fica claro que uma das grandes forças do
documentário é a nostalgia. Para quem viveu os anos 80, seja americano ou
brasileiro, os filmes de horror, com seus efeitos práticos pré-computação
gráfica, sanguinolência e nudez (feminina e bem machista, claro) eram sinônimo
de final de semana com a família, em frente à TV e ao videocassete.
Naqueles tempos malucos, onde usar cinto de segurança ao
dirigir era opcional e a molecada era criada solta na rua. Não tinha muito isso
de classificação indicativa (e a censura, felizmente, foi morrendo junto com a
ditadura). Normalíssimo assistir, junto com os pais, adolescentes transando em
algum acampamento de verão para logo depois serem desmembrados aos berros por
algum psicopata estilo Jason ou Freddy Krueger. Constrangimento zero. Enfim,
tempos que não voltam mais.
As coisas mudam, afinal, e a verdade é que é bom que seja
assim. Um dos melhores momentos de In Search of Darkness é quando as mulheres
falam dos personagens femininos nos filmes de horror da década de 80.
Principalmente nos slashers. Havia sim muito sexploitation, objetificação da
nudez e, em alguns casos, mesmo uma fetichização de tortura, dor e morte.
Mas não apenas isso. Atrizes como Barbara Crampton e
Caroline Williams defendem seus personagens, admitindo o machismo da época, mas
deixando claro que não se resumiam a isso: elas possuíam uma forte presença
física, correndo, pulando, lutando, morrendo, sim, mas muitas vezes matando
também, dando fim (ao menos por algum tempo) ao vilão e salvando o dia. O tipo
de coisa que só astros de filmes de ação como Bruce Willis ou Stallone faziam
na época.
Elas também rejeitam o apelido fácil (Hollywood, afinal,
adora uma fórmula de sucesso) de scream queens ou final girls. Como diz Keli
Maroney, com um sorriso irônico, no tempo dela, elas eram chamadas simplesmente
de protagonistas. E isso não era pouca coisa! Da mesma forma que a década de
1980 se abriu para o protagonismo feminino nos filmes de horror americanos,
essas mesmas atrizes esperam que a época atual faça o mesmo para a população
LGBT e trans. Já passou da hora!
Falando em hora, seria impossível comentar de forma
minuciosa um documentário da duração de In Search of Darkness. É nostálgico,
sim, mas também é, claramente, um trabalho de amor, feito de fãs, para fãs (mas
não apenas eles). Gente que adora o horror, oitentista ou não. É um filme muito
longo que por vezes parece um tanto bagunçado e tem umas decisões meio
esquisitas.
Por que diabos Aliens, o Resgate não está lá? Tudo bem, o
original é da década anterior, mas O Massacre da Serra Elétrica 2 (The Texas
Chainsaw Massacre) também, e faz parte do documentário. E por que diabos Corey
Taylor, vocalista da banda Slipknot, é um dos entrevistados mais frequentes?
Não é nada que subtraia do resultado, afinal, e qualquer um que seja fã do
cinema de horror e tenha aí um turno inteiro do dia sobrando, vai se divertir
muito assistindo. Recomendado!
Por Frederico Toscano (Toca do Terror)
SCREENSHOTS:
Karamazov este documentário é demais , e tem também a parte 2, os dois juntos acho que da mais de 8 horas de informação, é incrível tem centenas de filmes da década mais prolífica do terror, os anos 80
ResponderExcluirCarlos, eu também gostei muito do documentário, parece que já tem até a parte 3, vou procurar e quando der eu posto aqui, também pretendo postar o In Search of Tomorrow, sobre a ficção científica dos anos 80, também excelente.
ExcluirAmigos, que fim levou essas outras partes, existe a intenção de ser postado aqui no site algum dia?
ExcluirTodas as três partes já foram postadas, só digitar "In Search of Darkness" no campo de busca que aparece as três postagens ou clicar em Parte II no título dessa postagem, o mesmo com a Parte III.
ExcluirFantástica essa postagem... estava mesmo querendo ver esse documentário. Muito grato, Karamazov!
ResponderExcluirMuito bom saber que gostou, Maclaud, de nada, amigo!
ExcluirI was too late. Mediafire removed it. TOS
ResponderExcluirI've added a new link.
ExcluirJá tiraram o link, da pra por no Drive?
ResponderExcluirTestei aqui e comigo funcionou normalmente, mas adicionei um novo link para quem tiver problemas com o mediafire.
Excluirshow velho!!!
ExcluirMuito obrigado por compartilhar :D Show de bola o documentário \õ;
ResponderExcluirBeleza que gostou, Marcelo! Valeu!
ExcluirO link nao funciona
ResponderExcluirLink atualizado.
ResponderExcluirSenhores, vim agradecer a essa página incrível!. O documentário é excelente, obrigado por facilitar tanto pra gente assistir, quando tiver a parte 3 venho conferir tbm. Thanks!
ResponderExcluirUrbano, valeu pelo comentário, aguarde que assim que possível eu trarei a terceira parte do documentário, de nada, amigo.
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