SINOPSE:
FORMATO: AVI/DVD RIP
DURAÇÃO: 1 h 18 min
TAMANHO: 916 MB
IDIOMA: Espanhol
País de Origem: México
FORMATO DO VÍDEO: 4:3 (640x 480)
LEGENDAS: Português ( srt na pasta ) por Zombie Paradise
REVISÃO: Karamazov
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COMENTÁRIOS:
[ALERTA DE SPOILERS!]
Embora lobisomens aparecessem no cinema mexicano em pelo
menos duas produções anteriores: La Casa del Terror (1960), de Gilberto
Martínez Solares, com direito ao ícone Lon Chaney Jr. como o hombre lobo, e
Frankenstein, El Vampiro y Compañía (1962), de Benito Alazraki, essas duas
produções são na verdade comédias que satirizavam os velhos e surrados clichês
do horror. Por isso La Loba é considerado o primeiro filme mexicano
efetivamente de terror a explorar o mito da licantropia.
Dirigido pelo polivalente Rafael Baledón, que com uma
extensa ficha corrida de mais de noventa títulos, atirou para todos os lados:
comédias, melodramas e, claro, o terror, onde há em sua filmografia alguns
clássicos do terror mexicano como: El Pantano de las Ánimas (1957), El Hombre yel Monstruo (1959), Orlak, el Infierno de Frankenstein (1960), Museo del Horror
(1964).
La Loba (também conhecido pelo subtítulo Los Horrores del
Bosque Negro e pelos títulos em inglês She-Wolf ou The Wolf Woman) é estrelado
por uma estrela mexicana da época, a bela Kitty de Hoyos, considerada uma musa
por lá, onde é comparada com Brigitte Bardot e, vejam só, Marilyn Monroe – além
de ser a precursora em cenas de nudismo no México! Mas não se assanhem, pois
aqui, infelizmente, não aparece nada de mais. Embora aqui tenha a nudez de um
humor involuntário, seja por causa da maquiagem precária, seja pelo roteiro
para lá de fuleiro.
A trama gira em torno de Clarisa Fernandez (Kitty de Hoyos, obviamente), a bela jovem filha do Professor Fernandez (o calejado, com mais de 180 filmes no currículo, José Elias Moreno, aqui com um bigode que em alguns momentos nos faz lembrar nosso José Sarney) e que mora numa bela mansão de tons góticos. Apesar de rica e bonita ela tem um problema que poderia afastar qualquer pretendente: nas noites de lua cheia a moça se transforma em lobisomem. Bom, poderia, mas como sempre há um maluco, no caso o Dr. Alejandro Bernstein (Joaquín Cordero que trabalhou em mais de 200 filmes!), que está apto a encarar a bronca.
Paralelo a isso a polícia local se vê louca para capturar
o monstro que anda fazendo vítimas nas redondezas, devorando seus corações. Os
tiras acabam prendendo um misterioso andarilho (Noé Murayama), que com um
visual de cigano, perambula pelo bosque local com seu inseparável cão branco. Na
cadeia descobrem que esse homem misterioso é na verdade um estrangeiro que
perambula mundo afora com a missão de matar lobisomens! Nada mais oportuno.
Embora simples como arroz-com-feijão, o roteiro se da ao
luxo de algumas extravagâncias como o Prof. Fernandez, no começo parece um
pesquisador sério, que estuda a licantropia, mas possui um laboratório típico
de cientista louco. E como se não bastasse, o filme ainda inclui lá pelas
tantas mais um lobisomem para complicar as coisas para os reles mortais.
Destaco aqui a maquiagem deste licantropo, que aparece aqui com uma cabeleira
desgrenhada, mais parecendo um homem das cavernas.
Outro fator importante, aqui se toma uma liberdade quanto
à mitologia do lobisomem: no lugar da bala de prata, para se aniquilar a
criatura, é preciso esfaqueá-la com uma faca de marfim.
Visto hoje La Loba pode ser encarado como uma charmosa
tranqueira. O filme inicia bem com tomadas noturnas e bem climáticas de um
cemitério, onde vemos o lobisomem emergir de dentro de um túmulo e de cara mata
três pessoas que se aventuram pelo bosque de madrugada. O detalhe é que, além
da fantasia ridícula (como levar a sério um licantropo com uma pelugem que
parece de cão sarnento, com direito a rabo e tudo mais, e uma longa cabeleira
loira?), a criatura em seus ataques dá saltos acrobáticos que nem seus
conterrâneos da lucha libre conseguem dar!
O túmulo do parágrafo anterior se explica pelo seguinte:
toda vez que a moça vai se transformar, ela é presa em seu quarto onde o
serviçal da casa abre uma passagem secreta para a besta seguir um túnel que sai
no cemitério, ou seja, toda vez que Clarisa se transforma, fazem com que a fera
se afaste das dependências da mansão – sabe aquela velha filosofia “vou me
salvar e o resto que se dane?”. Pois é.
A bela Kitty de Hoyos (1941-1999) também é mal
aproveitada aqui, utilizada mais como enfeite do que qualquer outra coisa,
culpa do roteiro que não se aprofunda na personagem protagonista. Mas justiça
seja feita, o roteiro não se aprofunda em nada! Nivelando as situações por
baixo. Kitty acaba limitando-se a caras e bocas apenas, e alguns personagens
secundários acabam tendo mais destaque do que ela. Para piorar toda vez que ela
fica pelada, há um corte e a nudez fica em off-screen.
Outra coisa engraçada neste filme é a participação de uma
personagem, uma garotinha surda-muda, que insiste em sair sorrateiramente para
a rua nas madrugadas apenas para a criança estar em perigo e ser
providencialmente salva no último minuto. Esse artifício, aqui usado de forma
um tanto capenga para se criar suspense, me remeteu aos antigos seriados que
havia nas antigas sessões de cinema, e que antecediam o filme principal. Tanto
que, quando a garotinha estava quase nas garras do lobisomem, se tem a
impressão que vai entrar aquele famigerado letreiro: “continua na próxima
semana”.
Feito num período de plena efervescência do cinema
fantástico mexicano que nos brindou com clássicos como El Vampiro (1957) e sua
sequência El ATaúd del Vampiro (1958), ambos de Fernando Mendez, sem falar nos
surreais, e inúmeros, filmes de lutadores como El Santo, que enfrentavam toda a
sorte de monstros, que começaram no começo dos anos sessenta. La Loba, apesar
de todos seus defeitos, ainda pode ser assistido além de sua importância
histórica, como clássico precursor da licantropia mexicana, graças ao seu ritmo
ágil e seu charme tranqueira.
Paulo Blob (Boca do Inferno)
Grand merci .
ResponderExcluirDe rien.
ExcluirMaravilha!!!! Muito obrigado por mais esta ótima postagem.
ResponderExcluirJoia saber que gostou da postagem, Lucindo! Um abraço.
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