SINOPSE:
Dois cães fogem de um laboratório de pesquisas científicas e são perseguidos como possíveis portadores da peste bubônica.
ELENCO:
Christopher Benjamin como Rowf
James Bolam como The Tod
Nigel Hawthorne como Dr. Boycott
Warren Mitchell como Harry Tyson / Wag
Bernard Hepton como Stephen Powell
Brian Stirner como Assistente de Laboratório
Penelope Lee como Lynn Driver
Geoffrey Matthews como Fazendeiro
Barbara Leigh-Hunt como esposa do fazendeiro
John Bennett como Don
John Franklyn-Robbins como Dennis Williamson
Bill Maynard como Editor
Malcolm Terris como Robert Lindsay
Judy Geeson como pequinês
Philip Locke como Funcionário Público nº 1
Brian Spink como Funcionário Público nº 2
Tony Church como Funcionário Público #3
Anthony Valentine como Funcionário Público #4
William Lucas como Funcionário Público #5
Dandy Nichols como Phyllis Dawson
Rosemary Leach como Vera Dawson
Patrick Stewart como Major John Awdry
Percy Edwards como Vocalização Animal
"O melhor amigo do homem caçado pelo seu maior inimigo."
DURAÇÃO: 1 h 43 min
TAMANHO: 1.63 GiB
IDIOMA: Inglês
PAÍS DE ORIGEM: Inglaterra
FORMATO DO VÍDEO: 1.85:1 (1 920 X 1 024)
LEGENDAS: Português (srt) por Danilo Alexandre Bento Silva
LINK PIXELDRAIN:
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COMENTÁRIOS:
Alerta de spoilers!
Um verdadeiro mundo cão.
Eis um longa animado que me pegou de surpresa. O descobri
assistindo a um vídeo no You Tube que listava os 7 longas animados mais
traumatizantes do mundo. Obviamente a curiosidade me venceu e me rendi a The
Plague Dogs, animação inglesa de 1982, baseado no livro homônimo de 1977
escrito por Richard Adams.
A animação conta a história de Rowf e Snitter, dois cães
que fogem de um laboratório que faz testes em animais. Livres, resolvem que não
mais voltarão a cair nas mãos dos “capas brancas” (como eles chamam os
cientistas em seus jalecos) e resolvem que se tornarão cães selvagens, vivendo
por suas próprias contas. No caminho conhecem Todd, uma espeta raposa que,
inicialmente, quer se aproveitar de ambos mas acaba por simpatizar com a dupla
formando um laço de amizade.
O problema começa de verdade quando o exército resolve
caçar Rowf e Snitter, pois acredita que ambos possam estar infectados com peste
bubônica, já que esse era um do objetos de estudos do laboratório. As coisas só
pioram quando Snitter, acidentalmente, acaba matando um homem. O objetivo do
exército passa da captura para o total extermínio dos cães.
Como já deu pra notar, The Plague Dogs está MUITO LONGE
de ser uma produção com toda a poesia e magia Disney. O longa é voltado para o
público adulto e não poupa na crueza na hora de mostrar como a natureza e a crueldade
humana funcionam. A partir daqui darei alguns spoilers, por isso, caso queira
conferir o filme, esteja avisado.
A cena inicial já é extremamente desconfortável, mas
consegue ser pior para quem tem cachorro. Consiste em Rowf tendo seus limites
testados dentro de um tanque cheio de água e só sendo retirado de lá quando as
forças abandonam seu corpo e afunda inconsciente. Ele recebe tratamento básico e é levado. ainda
inconsciente, para sua cela.
É aqui que somos apresentados a Snitter, um simpático
cachorrinho que tem um curativo na sua cabeça. O motivo para tal curativo é
revelado mais adiante do filme e nos dá um soco no estomago quando Snitter
consegue retirá-lo e descobrimos que ele tem uma cicatriz gigantesca no crânio,
fruto de uma operação experimental que visava mexer com as noções objetivas e
subjetivas do individuo. Como resultado, Snitter tem lapsos frequentes onde não
consegue distinguir a realidade de sua imaginação.
Após um descuido do tratador do canil onde Rowf e Snitter
ficam juntos de outros cães, ambos fogem e, no meio dessa fuga, temos uma
pequena amostra dos horrores que locais como esse trazem até hoje: macacos
presos em tubos de metal, coelhos enclausurados em caixas de aço, um pequeno
rato que aperta um pequeno interruptor pois tem a noção que quando o faz, uma
luz vermelha se acende e isso parece agradar os “capas brancas” que o
recompensam e, talvez, o recompensem com a liberdade. Isso não é dito, mas o
ponto de vista dos animais é tão bem colocado que você não consegue deixar de
entender.
Outra cena que dá um nó na garganta se passa minutos
antes da fuga dos nosso heróis, quando um dos cães jaz morto em sua cela. O
tratador lamenta sem muito pesar e pega o corpo com uma pá para ser jogado no
incinerador, como se nada fosse. Aliás, é pelo incinerador onde Rowf e Snitter
encontram sua rota de fuga e, por pouco, não são incinerados junto com o pobre
cachorrinho falecido.
Mas se dentro do laboratório não era fácil, fora não se
mostrara menos difícil. Para sobreviver, Snitt diz a Rowf que o melhor é
procurar um “mestre”. Ele diz que já teve um, mas o matou. Acontece que Snitter
de fato tinha um dono que o salvou de ser atropelado por um caminhão, mas
acabou sendo atingido e veio a falece. Além da carregar a culpa, o desamparado
Snitter foi levado para o laboratório para se tornar uma cobaia.
A primeira tentativa de encontrar um novo mestre se dá
quando ambos veem uma dupla de cães pastores guiando algumas ovelhas atá um
cercado. Ao tentarem fazer o mesmo afim de impressionar o dono dos cães para
que o mesmo os adotes, Rowf e Snitter acabam conseguindo o inverso, fazendo a
maior bagunça que resulta na fuga das ovelhas e na ira do humano. A unica
solução, então, é se virar. E, ao invés de tanger ovelhas, decidem que melhor
caçá-las e comê-las, como dois verdadeiros cães selvagens fariam. O resultado? As reclamações do dono das
ovelhas acaba atraindo a atenção do exército para o local onde ambos se
escondiam. É quando conhecem Todd, a raposa, que tentará ensinar a dupla a ser mais discreta e no processo, se
beneficiar com isso.
Apesar de não gozar do prestigio de uma equipe técnica
Disney, The Plague Dogs nos entrega um belo trabalho. A animação, em dados
momentos, lembra muito a séria animada do Superman dos irmãos Fleischer dos
anos 40.As cores casam estupendamente com o visual e, muitas vezes, temos a
impressão de estarmos vendo belas pinturas em movimento.
Outra das grandes sacadas do filme é raramente mostrar o
rosto dos personagens humanos,nos colocando do ponto de vista dos personagens
centrais e nos fazendo imergir ainda mais em seu universo.
Dos personagens centrais é importante frisar suas
personalidades muitíssimo bem construídas. Snitter é o tipico cão bonzinho que,
apesar de tudo que sofreu, não guarda rancor do homens. Isso se deve ao fato de
ter tido um lar uma vez e ter experimentando o amor de um “mestre”, como ele
mesmo chama. A cena onde ele causa a morte de um homem por acidente ilustra bem
a inocência e a falta de desconfiança de Snitter. Depois do acontecido, vemos
que ele ainda se sente culpado pela morte de seu dono, o que o faz acreditar
que tudo que ele toque está destinado a se destruir. Após tantos acontecimentos
ruins, a fé nos homens de Snitter começa a se abalar e isso é mostrado em uma
cena inocentemente triste: Quando a neve começa a cair e os dois, famintos e
com fome, ficam sem abrigo, Snitter diz
“Eles devem ter feito isso. Para tentar nos matar, eu acho. Eles estão
tentando deixar tudo muito frio para que não possamos viver”.
O que Snitter tem de inocente, Rowf tem de puro rancor.
Talvez por nunca ter conhecido um lar que não fosse atrás de uma grade ou sendo
torturado em incontáveis testes. Essa é uma possibilidade, pois nada de
concreto sabemos de seu passado. O fato é que Rowf despreza os humanos as constantes dores que sente em suas patas
são um lembrete constante do por que. Em contraponto a todo o rancor pela raça
humana, Rowf nutre extremo carinho e cuidado pelo seu amigo, Snitt. Pode se
dizer que ele é o líder da dupla, sempre pronto a trazer Snitt de volta a
realidade quando sua cabeça o deixa confuso. Para Rowf, sobreviver é o que
importa, não importa que linhas tenha que cruzar…
Todd é o tipico malandro. Quando conhece a dupla e
percebe que Rowf é pura força bruta e Snitt o interruptor que faz essa força
funcionar, propões ensinar ambos a se tornarem selvagens de verdade , em troca
de um pouco do que ambos conseguirem para comer. Porém, vendo a amizade,
coragem e determinação de ambos, Todd cria admiração pela dupla, inclusive
salvando suas vidas em dois momentos, sendo o segundo sua redenção.
O filme não tem a violência gráfica exagerada que algumas
resenhas que li antes de assistir me fizeram crer. Aliás, o filme tem uma
versão para o mercado americano cheio de cortes, o que me fez esperar por
momentos de gore extremo. Mas a violência não chega a ser agressiva. Aliás, a
violência mais chocante não é a gráfica e, sim, psicológica. Como em uma cena
onde Rowf e Snitter, em meio a um violento inverno, estão magros a um ponto que
um dos cães pastores de ovelha que eles encontram no inicio do filme, não os
reconhece mais. Em dado momento um dos homens que os caçavam os localiza e está
a ponto de matá-los. Por pouco não consegue, já que Todd faz o homem não só
errar o tiro como cair do penhasco onde estava posicionado para mirar. Famintos
e sem esperança de encontrar comida tão brevemente, ambos se alimentam do
cadáver do seu algoz. A cena não é mostrada mas, nem por isso, se torna mas
leve…
Claro que tudo que já foi dito seria motivo mais que
suficiente para que o filme garantisse seu lugar no top 7 citado no inicio do
post. Mas é , com toda a certeza, o final que garante essa posição. Acontece
que o filme não guarda um final musical, feliz e alegre. Ele nos entrega um
final melancólico, desolador e, ainda assim, poético. Acontece que em seus
delírios, vez ou outra Snitt via uma ilha onde ele e Rowf poderiam viver
felizes para todo sempre. Ao final do filme, quando se veem encurralados pelo
exército à beira mar, Snitt jura estar vendo a tal ilha e se põe a nada mar à
dentro. Rowf, sem muita escolha e ainda tentando defender o seu amigo, se põe a
segui-lo. Ambos são encobertos por uma espessa neblina que impede que os homens
do exército continuem atirando em ambos. É quando em um momento de lucidez,
Snitt diz ” Não consigo mais nadar…” ao que Rowf responde “Tente! Você tem que
continuar! Devemos estar perto da ilha!” e Snitter, já desesperançoso, retruca
” Não há nenhuma ilha, Rowf!” o qual, ainda tentando proteger seu amigo no
momento mais desesperador, diz “Claro que há” Está ali, não está vendo? Nossa
ilha!” e ambos se perdem em meio a neblina…
O filme acaba de maneira melancólica mas uma imagem
durante os créditos finais nos entrega uma fagulha de esperança: a imagem de
uma ilha real. Se eles conseguiram mesmo chegar lá, fica a cargo de nossas
imaginações.Talvez a desesperança que nos assola diariamente e que o filme nos
joga na cara em muitos momentos nos faça crer que não. Mas o amor que nutrimos
pelos dois personagens dessa cruel e sofrida aventura nos faz sentirmos como
Snitter e acreditarmos que eles chegaram ao seu merecido local de descanso.
Apesar de toda a tristeza que a história que você acabou
de ler possa carregar, The Plague Dogs é um filme que merece ser visto. Um
filme que não só mostra a face mais escura do homem mas também mostra a dureza
da natureza e, o mais importante de tudo, o valor da esperança. Garanto que
depois de vê-lo, você vai querer abraçar seu cachorro.
CURIOSIDADES:
O roteirista britânico, Grant Morrison, famoso por seus
trabalhos em HQs como Batman, X-Men, Liga da Justiça além de obras autorais
como Os Invisíveis, sempre foi contra o maltrato de animais e aproveitou para
deixar isso bem claro em sua passagem pelo título “Homem-Animal” da DC nos anos
80 e que foi lançada recentemente pela Panini. Acontece que em 2004 Morrison
lançou, em conjunto com o desenhista Frank Quitely, “WE3” que no brasil ganhou o subtítulo
“Instinto de Sobrevivência”, uma HQ FANTÁSTICA que conta a história de 3
animais, um cão, um gato e um coelho, que fogem de uma instalação do governo.
Acontece que os 3 são ligados a poderosas armaduras tecnológicas que os tornam
armas extremamente letais. A história guarda muitas semelhanças com The Plague
Dogs e talvez não seja pra menos, já que Morrison adora homenagear obras
clássicas em seus trabalhos.(Hellbolha)
O segundo filme de animação baseado num romance de Richard Adams e dirigido por Martin Rosen, e o segundo a contar com as vozes de Sir John Hurt e Sir Nigel Hawthorne, sendo o primeiro Uma Grande Aventura (Watership Down, 1978).
Este filme foi criado inteiramente sem o uso de rotoscopia ou computadores. Foi totalmente desenhado à mão.
Apenas oito mil cópias foram lançadas em VHS.
O filme de animação britânico mais longo.
Um jovem Brad Bird (diretor de O Gigante de Ferro e Os Incríveis) foi animador neste filme, mas foi demitido durante a produção.
Jeremy Irons originalmente fez o teste para o papel de Rowf.
De acordo com o roteirista e diretor do filme, Martin Rosen, o filme teve um desempenho incrivelmente ruim após o lançamento, não correspondendo às expectativas como sequência de Uma Grande Aventura (1978). Quando o filme terminou na estreia no Reino Unido, duas senhoras idosas se aproximaram de Rosen e do gerente do cinema e perguntaram quem era o responsável pela produção do filme: o gerente rapidamente apontou para Rosen, que foi então questionado por uma das senhoras: “Como você pôde fazer isso com aqueles cachorros?”, antes que ela o atingisse com um guarda-chuva. Rosen também lembrou que o lançamento do filme nos EUA foi ainda pior, pois estreou no Egyptian Theater, em Seattle, Washington, no Natal, mas foi um fracasso. Ele ficava do lado de fora da sala de exibição e perguntava aos poucos espectadores o que achavam do filme e, sem saber que ele era o diretor, todos respondiam: “Você não vai querer ver isso, é muito deprimente”. O filme foi retirado dos cinemas logo depois devido ao seu fraco desempenho, e a distribuidora, Embassy Pictures, decidiu não se preocupar mais com ele devido ao seu fracasso e ao seu tom sombrio, o que significa que muitos dos animadores americanos nunca viram o resultado final de seu trabalho árduo. Rosen também admite que parte do problema foi não ter preparado o público adequadamente para o tom sombrio do filme e, embora continue orgulhoso do resultado final, ele admite que houve momentos em que pensou: “Por que eu fiz isso? Quantas pessoas gostariam de ver isso? A resposta é: não muitas!”
Até 2008, a Austrália era o único país a ter a versão original de 103 minutos do filme lançada em DVD. O lançamento original em VHS da versão completa do filme para os cinemas foi lançado no Reino Unido pela Thorn Productions em 1982, mas apenas cerca de 8.000 cópias dessa versão foram feitas.
O último filme nos cinemas de Dandy Nichols (Phyllis) antes de sua morte em 1986.
Incluindo The Last Unicorn (O Último Unicórnio, 1982), The Secret of Nimh (A Ratinha Valente, 1982) e Watership Down (A Grande Aventura, 1978), este filme está entre os filmes de animação mais sombrios e violentos do final do século XX de todos os tempos. Esses filmes foram classificados como PG e G nos casos de A Ratinha Valente (1982) e O Último Unicórnio (1982). Este filme, no entanto, não foi submetido à MPAA até 2004, quando recebeu a classificação “PG-13”.
Snitter é um Fox Terrier.
O quarto filme de animação a ter cenas cortadas antes do lançamento, depois de Branca de Neve e os Sete Anões (1937), A Revolução dos Bichos (Animal Farm, 1954) e O Senhor dos Anéis (1978).
O canil que é acidentalmente deixado aberto na fábrica de pesquisa tem o número “732”. Embora possa ser pura coincidência, havia uma instalação secreta de pesquisa de guerra biológica e química chamada “Unidade 731” (um número abaixo), que conduzia experiências horríveis em seres humanos inocentes, semelhantes à instalação de pesquisa neste filme.
Para o lançamento americano, na época, este foi o último filme de animação a ser classificado como PG-13 ou R pela MPAA até o filme South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes (1999), classificado como R.
Primeira vez de Patrick Stewart como dublador em um filme
de cinema: mais tarde, ele dublaria Adventura em Pagemaster - O Mestre da Fantasia (1994), Seti em O Príncipe do Egito (1998), Rei Goobot, o alienígena Yolkian,
em Jimmy Neutron, o Menino Gênio (2001), Sr. Ovelhão, em O Galinho Chicken
Little (2005), Max Winters/Yaotl em As Tartarugas Ninja - O Retorno (2007), William Shakespeare em Gnomeo
& Julieta (2011), o Narrador nos filmes Ted, Ariscratle, o Esquilo, em A Era do Gelo 4 (2012), Tugg/Tank, a árvore idosa em Lendas de Oz: O
Retorno de Dorothy (2013), o Capitão em Spark: Uma Aventura Espacial (2016) e o
Emoji de Cocô em O Filme Emoji (2017).
SCREENSHOTS:














plague dogs é a melhor animação da primeira metade dos anos 1980, akira é a melhor animação da segunda metade dos anos 1980.
ResponderExcluirNão sou grande conhecedor de animação, mas acredito que esta realmente seja uma das melhores dos anos 80, desconheço a outra que citou, valeu a dica.
ExcluirPuta animação! A carga dramática também é bem pesada.
ResponderExcluirEu tinha lido que muitas pessoas classificam essa obra como um alerta e denuncia contra crimes contra animais. (eu também achava)
Mas o diretor negou, de inicio não era essa a ideia, mas aceitou a opinião do publico.
elcio
Fala, elcio! Também gostei muito desta animação; e ainda foi desenhada toda à mão, o que valoriza ainda mais seu valor artístico. Mas realmente ela é bem pesada e sombria ao retratar os reais testes de laboratório em animais, coisa que acontece rotineiramente ainda hoje em todos os lugares do mundo. Pesquisando para a postagem não encontrei essa informação que o diretor teria negado a denúncia de crimes contra animais, creio que fica óbvio para quem assiste ao filme quem são os heróis e quem são os vilões. O roteiro foi baseado em um livro do Richard Adams, que foi um forte defensor dos direitos dos animais (“Além de fazer campanha contra uso de peles, Adams escreveu The Plague Dogs para satirizar a experimentação animal, assim como o governo e a imprensa sensacionalista” - Wikipédia). Antes deste filme, Rose já havia adaptado outra obra de Adams para o cinema: Whatership Down (Uma Grande Aventura, 1978), que também aborda o conflito de interesses dos animais humanos com os animais não humanos, desta vez com coelhos. Então realmente não vejo como o diretor poderia ter negado que o filme carregava uma mensagem contra a experimentação científica em animais.
ExcluirAcho que me expressei mal. O diretor apenas mencionou que o filme não tinha como objetivo, ou pensado em usar esse tema no filme para denunciar esse tipo de coisa.
ExcluirPena que não lembro onde foi que vi isso, mas acho que foi em algum vídeo de critica/resenha do youtube.
Algo muito parecido com o caso do HQ "O homem Animal" da DC.
A historia pelo olhar do publico, entendeu que era um HQ que aborda esse tema para denunciar esse tipo de coisa.
O autor menciona que durante a escrita não tava pensando em usar o HQ para denunciar esse tipo de coisa.
Escreveu o que escreveu e só depois da recepção do publico que se deu conta da carga da historia.
elcio
Então, elcio, acredito que o diretor possa mesmo ter dito isso, mas apenas para não levar outro golpe de guarda chuva, kkk, afinal ele sabia qual era o tema do livro que adaptou e do envolvimento do autor com os direitos dos animais, também penso que se não era esse o objetivo, qual seria então?
ExcluirQuanto ao Homem Animal, encontrei a seguinte declaração do autor:
“Animal Man was a attempt to examine animal rights and the human impact on their enviromnet as well as what we do to the planet. Buddy Baker was a perfect for that because he was a minor superheroe who could be furher developed and redefined. The guy who can commune with animals and become them allowed me to explore the relationship between us and them and how we exploit them for food, entertainment, or even companionship as pets, I made Buddy a voice for the animals, the one group who cant speak for themselves, I was a member of the Animal Liberation Front (ALF), before they were classified as terrorist group. My experiences with ALF informed the story. I used the book as a platform to comment on animal welfare and put forth the idea that maybe people are not as superior to animals as we think we are.”
Grant Morrison, Superheroes in the 80s interview, Around Comic podcast, 2012. Em tradução livre: “Homem Animal foi uma tentativa de examinar os direitos dos animais e o impacto humano em seu ambiente, bem como o que fazemos ao planeta. Buddy Baker era perfeito para isso, pois era um super-herói secundário que poderia ser mais desenvolvido e redefinido. O cara que pode se comunicar com os animais e se tornar um deles me permitiu explorar a relação entre nós e eles e como os exploramos para alimentação, entretenimento ou até mesmo companhia como animais de estimação. Fiz de Buddy uma voz para os animais, o único grupo que não pode falar por si mesmo. Eu era membro da Frente de Libertação Animal (FLA), antes de eles serem classificados como grupo terrorista. Minhas experiências com a FLA influenciaram a história. Usei o livro como uma plataforma para comentar sobre o bem-estar animal e apresentar a ideia de que talvez as pessoas não sejam tão superiores aos animais quanto pensamos que somos. ”
Grant Morrison, entrevista Super-heróis nos anos 80, podcast Around Comic, 2012.
Essa é uma ótima animação, tanto em matéria de execução como roteiro, infelizmente algo em desuso hoje em dia, pois preferem fazer tudo no computador em detrimento dos artistas de animação. Talvez o filme tenha tido uma recepção tão ruim por que em gerla todos associam desenho a "coisa de criança", então quando surge um tema desses "fora da caixa" o pessoal em geral torce o nariz. Eu nem achei suas cenas tão pesadas assim, estão mais pro desconfortável, o próprio Akira citado num comentário acima tem muito mais gore. Enfim, gostei da animação e deixo aqui um abraço fraterno a você Karamazov, se não tivesse postado essa pérola, provavelmente ela passaria batida por mim.
ResponderExcluirConcordo totalmente, Major, animação toda desenhada à mão, com preocupação com o desenvolvimento dos personagens e do roteiro e muito bem dirigida, coisa rara hoje em dia, creio que isso só vai piorar no futuro com o uso da inteligência artificial, infelizmente. O tema adulto colaborou com certeza para o fracasso, o diretor chegou a mencionar que um dos erros foi não ter preparado o público para o tom sombrio, creio que muitas pessoas foram ao cinema pensando se tratar de mais um filme fofinho sobre cachorros. Realmente as cenas são mais desconfortáveis do que gore, está mais para um terror psicológico, principalmente para quem já assistiu cenas reais em documentários sobre o tema. Fico muito feliz que tenha gostado, Major! Grande e fraterno abraço, meu amigo.
Excluir