quarta-feira, 31 de março de 2021

EL ESQUELETO DE LA SEÑORA MORALES aka SKELETON OF MRS MORALES aka O ESQUELETO DA SRA MORALES - 1960


SINOPSE:

O taxidermista Pablo Morales (Arturo de Córdova) está preso em um casamento infernal há 15 anos. Gloria (Amparo Rivelles), sua esposa frígida e obcecada pela igreja, não suporta sua profissão de dissecar e empalhar animais mortos, e diz aos vizinhos e ao padre local que ele bebe em excesso e a maltrata. Gloria também o acusa falsamente de ter um caso com a empregada Meche (Rosenda Monteros). De personalidade divertida e simpática, o taxidermista tenta argumentar com sua mulher rancorosa e inflexível, buscando salvar seu casamento, mas todas as tentativas são em vão. Vendo a situação ficar cada vez mais insustentável, Pablo começa a tramar um modo de se livrar da esposa.

DIREÇÃO:
Rogelio A. González


ELENCO:
Arturo de Córdova — Dr. Pablo Morales
Amparo Rivelles — Gloria de Morales
Guillermo Orea — Profesor
Rosenda Monteros — Meche
Luis Aragón — Elodio
Mercedes Pascual — Lourditas Mendiolea
Antonio Bravo — Padre Artemio Familiar
Angelines Fernández — Clara


Formato: MKV / BRRip / 720P
Tamanho: 1,05 GIGA
Duração: 84 minutos
Idioma: Espanhol
Legendas: Português ( srt na pasta )                         LEGENDAS POR ART SUBS


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TRAILER




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ART SUBS retirado do legendas.tv

 Crítica mexicana (traduzida e adaptada pelo Willy) de autoria de Zuri Grace Bretón, para o portal "Cinespacio24"


A ovelha negra da era de ouro do cinema mexicano

O México é um país culturalmente desavergonhado, pois é de nossa natureza rir de situações desconfortáveis. O maior exemplo é a festividade que dedicamos à morte, em que representamos nossos entes queridos através de crânios sorridentes e de certa forma zombamos de algo que é geralmente considerado tabu ou assunto reservado.
Se transportarmos este conceito de "rir de temas sérios" para o cinema, estamos falando claramente sobre o humor negro, um gênero que aborda sem embaraço questões ácidas que sob um contexto normal causariam horror e pesar.
Somos um país predominantemente católico e moralista, de forma que empreendimentos deste gênero representam um grande risco que quase ninguém quer correr. Porém, mesmo nos incomodando com certas coisas, quando é confortável ou conveniente, facilmente as ignoramos em uma atitude que pode ser considerada de "moral dupla".

Com esta reflexão de dualidade conflitante em mente, talvez o maior exemplo de obra nacional que aborda este aspecto seja "O Esqueleto da Sra. Morales", dirigido por Rogelio A. González no fim da era de ouro do cinema mexicano. Um filme que através do humor negro faz uma crítica ousada aos padrões religiosos da sociedade mexicana.
O maravilhoso e dinâmico roteiro de Luis Alcoriza (um dos escritores favoritos de Luis Buñuel) se inspira em um conto do europeu Arthur Machen, adaptando-o a um extremamente orgânico e conservador México dos anos sessenta, com todo seu folclore e idiossincrasias.




A história é centrada em Pablo Morales (Arturo de Córdova), um feliz e carismático taxidermista que depois de quinze anos de um casamento infernal, decide que não resta outra opção a não ser se livrar de Gloria (Amparo Rivelles), sua esposa amarga e cruel.
As atuações são maravilhosas, no tom apropriado que as personagens exigem, revelando já nas primeiras imagens e momentos suas muitas camadas e personalidades diametralmente opostas. Com este enfoque, o filme difere da norma do seu período, além do gênero incomum, uma vez que faz uma crítica direta e textual à época grandiloquente e telenovelesca reinante.

A direção de González opta por uma construção meticulosa de situações e personagens complexas, que embora representem arquétipos (especialmente no caso de Gloria, com sua abnegação e hipocrisia religiosa), também são tridimensionais e possuem uma ambiguidade moral praticamente inexistente no cinema da época.
Aqui, a teatralidade não é usada para dar credibilidade à situação, mas através de uma linguagem visual bastante cuidadosa e meticulosa o diretor demonstra intencionalidade e desenvolve um subtexto de forte denúncia social, em vigor até os dias de hoje. Essa linguagem visual é sustentada pela fotografia de vanguarda de Víctor Herrera, construída a partir do claro-escuro, ângulos estratégicos, closes e movimentos que lhe conferem um ritmo dinâmico e narrativo ideal para a história.




O design artístico é igualmente notável pela forma como o cenário se torna uma extensão da personagem que o habita, e como os detalhes nos contam sobre a sua vida e personalidade, prestando-se a um simbolismo que recompensará o espectador mais atento.
Pode-se dizer que "O Esqueleto da Sra. Morales" apresenta uma mistura perfeitamente equilibrada e cativante de seus elementos, o que o torna uma experiência única, com uma história engenhosa que nos prende desde o primeiro momento e que se dá ao luxo de reservar até seus últimos minutos mais algumas reviravoltas brilhantes. Embora o tema central seja bastante delicado, fica claro que o filme não pretende se desculpar ou justificar os atos que apresenta, mas sim utilizá-los como pretexto para um mergulho profundamente sagaz na psiquê coletiva mexicana.

Observando a obra dos dias atuais, torna-se fácil presumir a qualidade acima da média de vários de seus atributos, mas levando em consideração o contexto histórico, esta adquire um significado ainda maior. Basta dizer que o filme foi lançado no mesmo ano que Psicose, do mestre do suspense Alfred Hitchcock, e embora sejam gêneros diferentes, há paralelos claros, nos quais este clássico mexicano definitivamente está à altura, sem deixar-se ofuscar.
Embora seja considerado pela crítica como um dos melhores filmes mexicanos de todos os tempos, infelizmente ainda é uma joia escondida para as novas gerações, que quase sempre fogem do cinema de nossos avós, pois fora de algumas exceções, a maioria supõe um ritmo enfadonho e abordagens datadas.
"O Esqueleto da Sra. Morales" sem dúvida foi muito moderno e ousado para a sua época, e mesmo tendo envelhecido já 60 anos, ainda conserva uma forma espetacular. Que possa continuar entretendo antigos e novos cinéfilos e servindo de inspiração para vindouras obras do criativo cinema mexicano.




SCREENSHOTS:




3 comentários:

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