MONSTER A GO - GO! (1965)

SINOPSE:

Uma cápsula espacial cai na Terra, e o astronauta a bordo desaparece. Existe alguma ligação entre o homem desaparecido e o monstro que percorre a área matando todos os que encontra?

DIREÇÃO 

Bill Rabane – Hershell Gordon Lewis (não creditado)

 ELENCO:

Henry Hite como Frank Douglas/o Monstro

June Travis como Ruth

Phil Morton como Coronel Steve Connors

Peter M. Thompson como Dr. Chris Manning

Herschell Gordon Lewis como locutor de rádio (não creditado)

Bill Rebane como Narrador

 

FORMATO: MKV/BRRip

DURAÇÃO: 68 minutos

TAMANHO: 3.98 Gb

IDIOMA: Inglês

PAÍS DE ORIGEM: EUA

FORMATO DO VÍDEO: 16:9 (1920 x 1080)

LEGENDAS: Português ( srt na pasta ) por KARAMAZOV

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COMENTÁRIOS:

Existe um consenso geral entre os aficionados do cinema de classe Z quando se trata da curta lista de filmes que se acredita ser "O Pior Filme Já Realizado". Hoje, muitas vezes sem pensar, pessoas como eu que passam demasiado tempo a pensar em tais coisas, citando títulos como, Plan 9 From Outer Space; Manos: The Hands of Fate; e Troll 2. Embora existam vários filmes que são certamente candidatos ao título - The Creeping Terror e The Beast of Yucca Flats  - há apenas um filme, para mim, que é verdadeiramente digno do título, "O Pior Filme Já Feito". Esse filme é "Monstro A-Go Go". 

Começando a vida nas mãos do cineasta de Wisconsin Bill Rebane, Monster A-Go Go (originalmente intitulado, Terror at Halfday -Terror ao Meio-dia) ficou inacabado, devido à falta de fundos, até que o colega Mestre dos Filmes B´s Herschel Gordon Lewis se viu na necessidade de um filme para preencher o lado B de uma dupla com o seu filme "hicksploitation", Moonshine Mountain. Vendo uma oportunidade privilegiada para conseguir o filme necessário barato, Lewis comprou as filmagens incompletas ao Sr. Rebane, filmou algumas das suas próprias cenas, fez uma narração irritante sobre toda a confusão, e chamou-lhe um filme.

A trama de Monster A-Go Go, tal como é, centra-se em torno de Frank Douglas, um astronauta americano enviado em órbita para investigar um satélite suspeito. Infelizmente para Frank, a cápsula que o enviou para o espaço regressa à Terra sem um rastro do seu intrépido piloto. Instantaneamente, a cidade experimenta uma série de assassínios inexplicáveis e rapidamente se torna evidente que o astronauta desaparecido, agora sofrendo os efeitos horríveis de uma dose maciça de radiação, é o culpado. Cabe aos melhores cientistas da NASA encontrar o astronauta monstruoso irradiado e devolvê-lo ao normal antes que ele, e o seu sempre crescente nível de radiação, matem todos na cidade.

Quase todos os aspectos do Monster A-Go Go levam o espectador à conclusão inevitável de que H.G. Lewis simplesmente não se preocupou com a qualidade do seu produto final. O filme apresenta um diálogo pouco audível, incontáveis cenas com pessoas medíocres falando sem parar em salas igualmente medíocres, e vários trechos excruciantes de silêncio completo. E, numa estratégia implacavelmente rentável, ainda que divertida de contar histórias, quase todas as ações acontecem fora de tela, apenas para serem descritas mais tarde pelo nosso simpático narrador - alegadamente vocalizado pelo próprio H.G. Lewis. Apesar de chegar a pouco mais de uma hora, Monster A-Go Go é uma tarefa impossível de terminar de uma só vez.

Poderia facilmente passar vários parágrafos enumerando dezenas de exemplos da espantosa inépcia em exibição em Monster A-Go Go (e depois de suportar a tortura que é este filme, tal exercício seria bastante catártico, imagino), mas penso que duas cenas em particular realçam a completa apatia que o Sr. Lewis sentiu por este filme. 

A primeira cena apresenta um casal de meia-idade a recordar durante o jantar. Pouco tempo depois, o homem pergunta à sua parceira se ela se lembra daquela música. Ela responde positivamente, levando o homem a perguntar-lhe se ela gostaria de dançar. Ela declina, e a cena continua a partir daí. Não há nada muito de errado com esta conversa, exceto o fato de não haver nenhuma música tocando. Presumo que Rebane filmou originalmente esta cena com a ideia de dublar uma canção mais tarde, algo que parece que o Sr. Lewis simplesmente não podia se dar ao trabalho. 

O segundo, e muito mais divertido, exemplo da falta de polimento que este filme recebeu é a infame cena telefônica. A cena abre-se com uma filmagem de um telefone sobre uma mesa. Quando o telefone toca, ouvimos o que é muito claramente alguém fora da câmara fazendo um barulho "Trrring" com a boca. Obviamente que este som não era mais do que uma deixa para os atores da cena, e não o efeito final. Felizmente para os fãs da produção de filmes ineptos, este som nunca foi substituído, resultando num dos momentos mais embaraçosos da história dos Filmes B.

O que leva Monster A-Go Go a um nível acima - ou abaixo, suponho - dos outros filmes considerados entre os piores de todos os tempos, é a forma inacreditavelmente frustrante como o filme termina. Se é alguém que tenta evitar os spoilers, pode querer parar de ler aqui, porque não há maneira de explicar com precisão como o final deste filme é enfurecedor sem o estragar. Foi avisado.

ALERTA DE SPOILERS!

Depois de nos termos esforçado tenazmente durante a primeira hora, finalmente - impiedosamente, assumimos tolamente - aproximamo-nos do fim do filme. É claro que Lewis queima mais dez minutos de tempo de tela enquanto os nossos heróis vestem trajes contra radiação, mexem com osciloscópios, movimentam os contadores Geiger, geralmente espalhados, e, eventualmente, encurralam o monstro num esgoto de chuva. Depois, quando finalmente se fecham sobre a monstruosidade radioativa, isso acontece. 

Tendo aparentemente ficado sem tempo, filmagens, dinheiro, e qualquer desejo de produzir algo mesmo vagamente parecido com um filme divertido, Lewis decidiu que a melhor maneira de acabar com esta confusão era simplesmente fazer desaparecer o monstro. É verdade, a besta horrível e irradiada que tem aterrorizado a cidade, assassinado toda a gente no seu caminho, e causado níveis incalculáveis de pânico - embora, na sua maioria, fora do ecrã - desaparece sem explicação. Depois dos nossos heróis confusos saírem do esgoto, é-lhes rapidamente entregue um telegrama que os informa que o objeto da sua caça ao homem em toda a cidade, Frank Douglas, acaba de ser resgatado vivo e bem, algures no Atlântico Norte. Nenhuma explicação sobre de onde raio veio a cápsula desde o início do filme, ou o que estava exatamente a mutilar as pessoas à esquerda e à direita, ou como o Sr. Douglas sobreviveu às últimas oito semanas flutuando num barco salva-vidas, ou onde é suposto o espectador dirigir exatamente a sua inimaginável raiva depois de ter desperdiçado sessenta e nove minutos da sua vida a ver este beco sem saída cinematográfica.

O filme termina abruptamente com o nosso amigo narrador a tentar desesperadamente transformar este final deus ex machina, indefinidamente desastroso, numa espécie de triunfo da realização de filmes de ficção científica instigantes ao pensamento. Confie em mim: não é The Twilight Zone.

Tenho poucas dúvidas - de fato, tenho a certeza - que os diretores obscuros do terceiro mundo e estudantes de cinema anônimos de todo o mundo produziram filmes muito piores do que Monster A-Go Go. Contudo, no que diz respeito a filmes que foram lançados no cinema no mundo anglófono, seria difícil encontrar um pior do que Monster A-Go Go- graças em grande parte ao seu final "f**-se" completo. A partir deste escrito, Monster A-Go Go é a escolha oficial de BadMovieRealm.com como o pior filme alguma vez feito e será certamente uma tarefa e tanto sobrepujá-lo.

Derek “A-Go Go” Miller – BadMovieRealm.com

 

CURIOSIDADES:

O filme teve uma história de produção inusitada. O diretor Bill Rebane ficou sem dinheiro enquanto fazia o filme. Herschell Gordon Lewis, que precisava de um segundo filme para mostrar com a sua própria longa-metragem, Moonshine Mountain, comprou o filme, acrescentou algumas cenas extras, incluiu algum diálogo novo, e depois lançou-o, criando um filme estranho, desarticulado e com pouca continuidade. Rebane tinha abandonado o filme em 1961; Lewis só terminou o filme em 1965, pelo que não conseguiu reunir todo o elenco original, resultando no desaparecimento de quase metade dos personagens a meio do filme para serem substituídos por outros personagens que preenchem a maioria dos mesmos papéis. Um dos atores que Lewis conseguiu recontratar tinha mudado drasticamente o seu visual nos anos que se seguiram, o que exigiu que interpretasse o irmão da personagem original. A certa altura, quando um telefone supostamente toca, o efeito sonoro é obviamente uma pessoa a fazer um barulho com a boca.

Apresentado numa edição de 1993 do Mystery Science Theater 3000 (1988). O elenco e a equipe consideraram-no o pior filme alguma vez apresentado no programa.

O termo go-go deriva da frase anglófona “go-go-go” que significa uma pessoa empolgada, enérgica, que foi influenciada pela expressão francesa à gogo, que significa “em abundância”, que por contrapartida vem do francês antigo la gogue: “alegria, felicidade”. O termo foi utilizado para batizar a primeira discoteca do mundo nos EUA: Whiskey a Go Go. O título do filme, evidentemente, tentou atrair a atenção do público juntando a palavra Monstro com o termo a Go Go que estava em evidência na época.

Henry Hite (1 de Maio de 1915 - 26 de Maio de 1978) nasceu Henry Marion Mullens, era um ator, personalidade mediática e porta-voz americano que era bem conhecido por fazer aparições pessoais promovendo a marca Corn King (nome comercial Wilson Certified Meats) como o "Corn King Giant", e pelos filmes ocasionais que capitalizariam a sua altura. Embora promovido como "o homem mais alto do mundo" com 8 pés, a sua altura real era de 7 pés 6¾ (2,31 m).

Aos 18 anos, mudou o seu nome para 'Hite' e associou-se com 'Lowe' (Roland Picaro), para formar um número de Vaudeville, mais tarde como "Lowe, Hite e Stanley" que incluía o anão Stanley Ross. A carreira artística de Hite terminou em 1962, após a morte de Ross.

TRAILER:

SCREENSHOTS: