SINOPSE:
Um grupo de exploradores é enviado para a região amazônica com o objetivo de conhecer o trabalho do brilhante cientista Dr. Alexander Thorkel (Albert Dekker). Lá chegando, eles descobrem que o cientista está realizando experiências proibidas utilizando energia radioativa na miniaturização de seres vivos, como um cavalo por exemplo. Quando a expedição decide impedir e revelar ao mundo o trabalho do Dr. Thorkel, ele se transforma num “cientista louco” e aprisiona os visitantes miniaturizando seus tamanhos e deixando-os indefesos num mundo selvagem da floresta, onde tudo passa a ser uma ameaça mortal.
ELENCO:
Albert Dekker - Dr.
Alexander Thorkel
Thomas Coley - Bill
Stockton
Janice Logan - Dra.
Mary Robinson
Charles Halton - Dr.
Rupert Bulfinch
Victor Kilian - Steve
Baker
Frank Yaconelli -
Pedro Caroz
Paul Fix - Dr.
Mendoza
Frank Reicher - Professor Kendall
FORMATO: MP4/BD RIP
DURAÇÃO: 1 h 16 min
TAMANHO: 1.28 GB
IDIOMA: Inglês
PAÍS DE ORIGEM: EUA
FORMATO DO VÍDEO: 1.370 (1480x 1080)
LEGENDAS: Português ( srt na pasta ) por Brutus
REVISÃO: Karamazov
LINK MEDIAFIRE:
LINK ULOZ:
COMENTÁRIOS:
[ALERTA DE SPOILERS!]
Em 1939 foi realizado um pequeno clássico do cinema de
Ficção Científica e Horror que por muitos é até hoje ignorado e desconhecido,
apesar dos impressionantes efeitos especiais de miniaturização e pelo uso das
cores, raros e significativos para a época de sua produção. Tanto é que somente
com a chegada da década de 50, o período de ouro do cinema fantástico, com a
explosão de incontáveis filmes de FC na televisão americana numa invasão
interminável de produções baratas e com todos os tipos de argumentos, o filme O
Delírio de Um Sábio (Dr. Cyclops), dirigido por Ernest B. Schoedsack (dos
também clássicos King Kong, 1933, e Mighty Joe Young, 1949), foi mais
reconhecido e apreciado pelo público e críticos. Esse reconhecimento tardio dos
próprios americanos talvez se deva ao fato de que as audiências só encontrariam
ao longo dos anos 50 certas similaridades do filme com as inúmeras produções
realizadas nesse período, onde prevaleciam a mesma estrutura básica nos
roteiros e personagens que tinham invariavelmente sempre o mesmo clichê, com um
cientista “louco” em meio às suas experiências e um par romântico de jovens
heróis para combatê-lo e salvar o mundo de suas invenções e ameaças
científicas.
O filme começa com a sombra do míope e calvo biólogo Dr.
Alexander Thorkel (interpretado por Albert Dekker), que em seu laboratório
localizado na América do Sul, em plena selva Amazônica, trabalha numa série de
experimentos para descobrir o efeito químico do radium em criaturas vivas.
Aliás, essa região do mundo até hoje misteriosa e fascinante foi muito
utilizada pelos roteiristas como palco de suas histórias fantásticas, como a
chave para o elo perdido da evolução do planeta devido ao seu tamanho
descomunal e desconhecido, ocultando criaturas e civilizações, como pode ser
visto em filmes igualmente maravilhosos como O Mundo Perdido, baseado em livro
de Arthur Conan Doyle e filmado em versão muda em 1925 e sonora e em 1960, ou
em O Monstro da Lagoa Negra, clássico de 1954 e que teve outras duas
sequências.
O Dr. Thorkel descobriu uma enorme mina de urânio no meio
da selva e com a qual podia utilizar sua matéria prima como fonte de energia
para suas experiências, usando um estranho aparelho (tipicamente futurista,
assim como sua roupa especial para evitar o contato com a radiação, artefatos
estes muito utilizados em outras produções da época) para canalizar o poder do
radium em uma máquina que possibilita a diminuição de seres vivos. Após muitas
tentativas em ratos, galinhas, cachorros e gatos, ele não obtém o sucesso
definitivo devido a algum pequeno detalhe que faz com que os animais morram
após pouco tempo miniaturizados. Enquanto isso, ele acaba discutindo com seu
assistente, um antigo aluno, sobre as questões morais e objetivos dos
experimentos, levando-o a assassiná-lo impedindo que seu trabalho fosse
denunciado ao mundo e interrompido.
Eles são recebidos pelo biólogo míope e logo são
requisitados para ajudá-lo a decifrar uma falha numa composição química
fundamental em seu trabalho. O erro é logo descoberto através da presença de
cristais de ferro na estrutura molecular de um tecido orgânico e com a solução
dessa falha o Dr. Thorkel obtém finalmente o sucesso na miniaturização de um
cavalo malhado, deixando-o com incríveis sete polegadas de altura. Após ajudar
o cientista a descobrir o problema, o grupo é solicitado a ir embora
rapidamente. Eles relutam e decidem ficar para saber mais sobre o misterioso
trabalho dele. Eles acabam descobrindo a mina de urânio e, desconfiado que os
novos visitantes pudessem roubar suas invenções e levar o crédito por seu
trabalho científico, o Dr. Thorkel os engana levando-os a uma câmara onde se
encontrava sua máquina de encolhimento e aciona seus aparelhos canalizando
energia radioativa em um poderoso raio miniaturizador. O grupo recém chegado
juntamente com o ajudante local do cientista são então encolhidos e perdem a
consciência durante o processo.
Uma vez no porão embaixo do laboratório, eles acordam
assustados porém aparentemente saudáveis, e aproveitando um momento de descanso
e sono do cientista “louco” eles fogem para o jardim, agora terrivelmente
ameaçador, devido aos seus pequenos tamanhos e à presença de galinhas e de um
feroz gato preto, sugestivamente chamado de “Satanás“, e responsável pelo
sumiço dos pequenos animais miniaturizados nas fracassadas experiências do Dr.
Thorkel. Quando o cientista acorda, ele procura seus “hóspedes” e encontra-os
fazendo várias atividades, como preparar suas pequenas roupas, e o Dr. Rupert
lendo suas anotações tentando entender o trabalho do cientista. Eles então
conversam e o biólogo miniaturizado diz se sentir humilhado por sua condição e
desafia o Dr. Thorkel dizendo que suas experiências ainda tem um grave erro e
vai denunciá-lo ao mundo para impedir suas atrocidades. Só que ele se esqueceu
que está pequeno e incapaz de enfrentar o gigante Dr. Thorkel, ou Dr. Cyclops
do título original, que é uma criatura mitológica com um único olho e
descomunal em tamanho e força, sendo o Dr. Rupert seu antagonista, o também
lendário Ulisses, com grande inteligência porém inferior e mais fraco num
eventual confronto. O cientista “louco“, sentido-se ameaçado pelo biólogo
visitante, o captura em sua gigantesca mão e o conduz à morte sufocando-o com
um algodão embebido em clorofórmio. Ele então parte na captura dos outros que
fogem para a floresta chegando na margem de um rio onde tentam movimentar uma
canoa que serviria para sua fuga. Após um breve confronto com um ameaçador
crocodilo, eles são novamente descobertos pelo Dr. Thorkel e recapturados,
porém com uma nova baixa, a morte do ajudante Pedro, denunciado
involuntariamente por seu próprio cachorro gigante e alvejado com um disparo
certeiro do rifle do cientista.
De volta ao laboratório, os três sobreviventes são informados pelo Dr. Thorkel que estão num lento processo de crescimento e que voltariam ao tamanho normal, confirmando a teoria do Dr. Rupert que alegava que o cientista “louco” estava errado. Porém, agora ele estava furioso e queria destruí-los antes que crescessem e pudessem denunciá-lo para o resto do mundo. Eles travam uma batalha no interior do laboratório que se estende até o lado de fora nas proximidades da mina de urânio, onde os pequeninos encontram refúgio em seu interior. Então o alucinado cientista, no encalço deles, pendura-se na frágil estrutura que sustenta o aparelho canalizador de energia radioativa e acaba caindo para a morte nas profundezas escuras da mina.
Num previsível final feliz, o filme termina com os três
sobreviventes das macabras experiências do Dr. Thorkel retornando ao vilarejo
já com seus tamanhos normais reestabelecidos, e fazendo um pacto de silêncio
sobre tudo que aconteceu, visando explorarem os lucros da mina radioativa, e
com o casal de cientistas Mary Robinson e Bill Stockton ensaiando um inevitável
romance.
Certamente é um filme admirável, levando-se em conta sua
época de produção, por apresentar um roteiro muito interessante a despeito dos
inevitáveis e previsíveis clichês característicos do gênero, e efeitos de
trucagem muito além de seu tempo quando comparado aos seus contemporâneos, pois
foi um dos pioneiros em histórias de miniaturização. Foram raros os trabalhos
anteriores que utilizaram a ideia, vista também com qualidade e
convincentemente em A Noiva de Frankenstein (1935), onde o cientista “louco” Dr.
Pretorius ensaiava experiências com miniaturizações de pessoas. Podemos dizer
que Dr. Cyclops foi um precursor e forte influenciador de outros excelentes
filmes posteriores como o magnífico O Incrível Homem Que Encolheu (1957),
baseado em obra de Richard Matheson, Viagem Fantástica (1966), e a série de
televisão Terra de Gigantes (1970), criada pelo lendário Irwin Allen. Seus
efeitos de miniaturização são muito convincentes, principalmente num filme a
cores, supervisionados pelo diretor de arte alemão Hans Dreier (1884-1966), que
foi o responsável pelos cenários com os enormes objetos que foram usados em
conjunção com as cenas envolvendo os atores “encolhidos“. Em seu currículo no
cinema fantástico destacam-se também outros clássicos como o mudo O Corcunda de
Notre Dame (1923), da obra de Victor Hugo e O Médico e o Monstro (1932), da
obra de Robert Louis Stevenson.
O Delírio de Um Sábio foi também um dos primeiros filmes
a abordar o radium como um elemento químico sinistro nas mãos de cientistas
inescrupulosos, antecipando a paranoia atômica que preencheria toda a década de
50 em inúmeros filmes de insetos gigantes e similares onde elementos
radioativos afetavam o tamanho de criaturas vivas.
O ator Albet Dekker, que encarnou magistralmente o
cientista “louco” Dr. Thorkel ou Dr. Cyclops, teve nesse papel sua principal
interpretação em sua longa carreira de trinta anos, que inclui participações em
importantes filmes como Beau Geste (1939) e o violento western The Wild Bunch
(Meu Ódio Será Tua Herança, 1969), de Sam Peckinpah.
O diretor Ernest B. Schoedsack é mais conhecido por
co-dirigir com Merian C. Cooper o clássico King Kong em 1933 (baseado em obra
de Edgar Wallace), de onde adquiriu muita experiência com técnicas de
“back-projection” nas cenas contracenadas com atores e animais gigantescos.
Muitos dos efeitos especiais do filme foram originados de King Kong, como a mão
gigante do Dr. Thorkel agarrando o pequenino Dr. Rupert.
Dr. Cyclops é até hoje um filme muito raro e uma
preciosidade meio esquecida pelo público, onde sua qualidade geralmente é
subestimada. Produzido pela Paramount e com uma duração relativamente curta em
seus 76 minutos, é uma obra cinematográfica de grande valor para a história do
gênero fantástico e imperdível para todo e qualquer colecionador, pesquisador e
apreciador em geral de fitas de Horror e Ficção Científica antigos.
Juvenatrix (Boca do Inferno)
CURIOSIDADES:
Dr. Cyclops foi dirigido por Ernest B. Schoedsack, responsável, alguns anos antes, por King Kong. Tal como esse filme, Dr. Cyclops apresenta cenários e efeitos especiais elaborados. É o primeiro filme de terror americano feito em Technicolor de três cores; Doctor X (1932) e Mystery of theWax Museum (1933) foram feitos usando o processo anterior de duas cores. Schoedsack teve um cuidado especial para garantir que os efeitos de cor fossem convincentes.
Baseado em um conto do influente escritor de ficção científica Henry Kuttner.
SCREENSHOTS:
Grande postagem
ResponderExcluirAssisti bem no inicio dos 80 na estreia daTVS(SBT) quando Silvio Santos, detentor do lote de filmes da TV Tupi exibia toda semana essas preciosidades.
Obrigado
De nada, Fernando! Eu assistia bastante a TVS/SBT nos anos 80, mas perdi essa exibição, graças a internet é possível hoje ver e rever essas raridades. Valeu!
ExcluirLembrou muito aquela série terra de gigantes...Obrigado pelo post!
ResponderExcluirComo eu não assisti ainda essa série Terra de Gigantes, o filme me lembrou o clássico Sci Fi O Incrível Homem Que Encolheu, mas provavelmente ambos foram influenciados por este filme dos anos 40. De nada, amigo!
ExcluirTerra de gigantes foi mais umas das muitas séries de Irwin Allen...
ExcluirEu já assisti alguns filmes do Irwin Allen, mas as séries ainda não, vou começar por essa Terra de Gigantes, grato pela dica.
ExcluirApesar do roteiro cheio de "licenças poéticas", as partes com cenários gigantescos são excelentes, dão um banho em Terra de Gigantes, mesmo tendo sido rodadas mais de 20 anos antes. Obrigado, Karamazov.
ResponderExcluirAs "licenças poéticas" fazem parte da diversão, eu pelo menos acho isso bem divertido, haha, os cenários gigantes ficaram bem vistosos mesmo, não consigo comparar com a série pois ainda não assisti a mesma, mas acredito que sejam melhores, chegou mesmo a ter indicação para o Oscar de Melhores Efeitos Visuais na época. De nada, amigo, grato pelo comentário.
ExcluirOlá, Anselmo, obrigado! Perdi a exibição na TVS/SBT, mas felizmente hoje é possível encontrar e compartilhar esses filmes pela internet!
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