Alguns meninos aparecem na festa, mas o que elas não sabem é que um dos penetras é um paciente que acabou de fugir do hospício.
Tenho que admitir que uma das poucas coisas que eu aprendi assistindo esse filme é que a ingenuidade pode ser perigosa. Digo isso porque quando vi o título original The Last Slumber Party na capinha em uma das “Feiras do Rolo” da vida (também sofisticadamente chamado de “sebo ao ar livre“), pensei que se tratava de uma continuação direta perdida, ou mesmo uma cópia carbono trash divertida, do clássico Slumber Party Massacre. Ledo engano, e lá vai o bobo aqui pegar o filme e correr para assistir e posso dizer que até para mim, que vê beleza nos trecos mais horríveis, foi uma das maiores brochadas que eu já tive, perdendo só para o final de Guerra dos Mundos do titio Spielberg.
O que nós temos aqui pode ser considerado uma obra máxima em clichês, que alguns podem achar divertida no começo, mas a maioria vai ficar com o saco cheio de como a narrativa sem profundidade é levada e as decisões que alguns personagens tomam, que ninguém em sã consciência tomaria.
No dia seguinte, estamos em uma escola em seu último dia antes das férias de verão, e o professor de Ciências está falando tão animadamente que nenhum dos alunos está dando a mínima para ele. Ali conhecemos as vít…Ops.. personagens da história: temos os três adolescentes viciados em cerveja e sexo Tommy (Danny David), Billy (Lance Descourez) e Scott (Paul Amend), o nerd esquisitão Science (Rick Polizi) e as três garotas, Chris (Jan Jenson), Tracy (Nancy Mayer) e Linda (Joann Whitley). Chris e Tracy são as amiguinhas promiscuas da casta e certinha Linda, e que a convencem a fazer uma festinha em sua casa.
Mais tarde em uma clinica psiquiátrica, o pai de Linda, Dr. Clifford Sickler (David Whitley), que o diagnosticou como violento paranoico esquizofrênico e fará uma lobotomia como forma de tratamento, checa o quarto do maníaco, que já fugiu. Ele foi muito mais esperto e colocou alguns travesseiros debaixo do cobertor e ninguém notou a sua falta. Agora, pensem um pouco: se você estivesse diante de um paciente com um quadro clínico tão perigoso e que já tivesse te atacado anteriormente, você não colocaria o cara em uma jaula, ou no mínimo, deixaria o cara amarrado sob intensa vigilância?? É, meus caros, é previsível que vítimas de assassinos de filmes sejam burras, mas não a este ponto…E o negócio só está esquentando…
De qualquer forma, a noite cai e, enquanto espera o ônibus, uma das enfermeiras da clinica é morta pelo maníaco, assim como seu companheiro de ponto. Esta cena é particularmente ridícula, porque enquanto a mulher é atacada, o mané do ponto de ônibus está dormindo (!!) e só acorda depois do ato consumado, sendo presa fácil do assassino.
O festival de barbaridades continua com o Dr. Clifford voltando para sua casa e, depois de reclamar da bagunça das garotas na festinha, o noticiário anuncia os dois mortos no ponto de ônibus. Mesmo sabendo que foram mortos com um bisturi e que um dos corpos é de uma enfermeira do hospital, o Dr. Clifford se limita a dizer: “Há pessoas assustadas no ponto de ônibus. Boa noite meninas..“, hahahaha…
Os garotos aparecem, dando aquele previsível susto nas garotas, e saem novamente para comprar umas cervejas e encontram o esquisitão Science, que é esculachado pelos próprios, e também o pai de Linda, que terá que voltar ao hospital para uma emergência. Aproveitando a situação, os caras resolvem aparecer na casa pra valer.
A partir daí o filme traz sucessivos e incessantes clichês que chegam a dar raiva no espectador. O assassino não tem um pingo de criatividade, cortando todos os pescoços com o bisturi, sem deixar uma gota de sangue ou mesmo um lenço fora do lugar.
Como diretor, ele não passa de um amador sem talento. Passa o filme todo dando insistentes closes no rosto do assassino, que se limita a fazer algumas caretas. Certos ângulos de câmera usados são turvos e não se enxerga direito às personagens, e tem a tal cena do pesadelo de Chris que é uma das piores que eu já tive o desprazer de assistir. O que pode te deixar mais nervoso é que em todas as situações, mesmo quando uma das garotas encontra um corpo com o pescoço cortado, ninguém dá um grito, um telefonema para a polícia, ou mesmo saem correndo de lá.
O amadorismo do diretor também é correspondido pelo elenco que consegue passar apatia no modo de falar e atuar, especialmente o Dr. Clifford, que parece que está sempre com sono ou dopado – não dá pra se corresponder com ninguém e a vontade é que caia uma bomba atômica no set e acabe com o nosso sofrimento.
Enfim, o que faltou para que esse filme foi talento: roteiro, elenco, direção, edição, tudo enfim, careceu de um bocado de coisas. As risadas involuntárias acontecem, mas podem ser abafadas pelos grunhidos de raiva lá pelo final. E depois dessa, o meu conceito de filme ruim deve ser revisto…
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