ELENCO:
James Hayter como Dr. Harvey
Stephen Murray como Bill
John Van Eyssen como Robin
Jennifer Dearman como Lena quando criança
Glyn Dearman como Bill quando criança
Sean Barrett como Robin quando criança
Kynaston Reeves como Lord Grant
John Stuart como o advogado
Edith Saville como Lady Grant
PAÍS DE ORIGEM: EUA
FORMATO DO VÍDEO: 1.375 (704 X 512)
LEGENDAS: Português (srt) por RobOpen
REVISÃO E SINCRONIA: Karamazov
LINK PIXELDRAIN:
LINK DEPOSIT FILES:
COMENTÁRIOS:
Four Sided Triangle é um filme B britânico de 1953. São
duas, se não três, críticas contra ele logo de cara. Procure-o nos livros e
você verá que ele geralmente não recebe críticas muito boas. E, no entanto, é
um filme realmente interessante sob todos os pontos de vista.
É uma espécie de história de Frankenstein, ambientada no
bucólico interior da Inglaterra, e introduzida por um sujeito decente, um
médico local (James Hayter) que, com sons de vogais arredondados e uma voz como
cascalho quente, conta a história de dois meninos e uma menina. Talvez Robin e
Bill tenham sido rivais pela afeição de Lena mesmo quando eram crianças, como
nos diz a estrutura do flashback, antes de o Dr. Harvey nos trazer para os dias
atuais. Depois de deixar de lado suas brincadeiras infantis, os meninos
crescem, vão para a Universidade de Cambridge e se tornam cientistas. A garota
se muda para os Estados Unidos, fracassa no que quer que esteja fazendo e
retorna ao vilarejo de madeira, onde Robin e Bill agora estão trabalhando
juntos na invenção de aparelhos científicos estranhos.
A garota agora é interpretada por Barbara Payton e tem os
traços da femme fatale - cabelos loiros platinados, olhos sedutores - e desperta
a antiga rivalidade entre Robin (John Van Eyssen) e Bill (Stephen Murray). No
entanto, tanto na idade adulta quanto na infância, é Robin quem conquista o
afeto de Lena. Em pouco tempo, ele a leva para a igreja e a torna sua noiva,
deixando Bill impotente, lamentando à margem.
No entanto, a máquina na qual os dois jovens estavam
trabalhando. É um dispositivo revolucionário que clona coisas. Consegue ver
onde isso vai dar? O pôster do saguão da época fornece os detalhes: “Ele
superou Frankenstein e tinha poderes estranhos... poder de duplicar qualquer
coisa na Terra... poder de criar essa linda mulher... poder de satisfazer seu
desejo de paixão!”
Sim. E não. Você pode esquecer a parte da “luxúria” e da
“paixão” - pelo menos na tela, embora o cadavérico Stephen Murray faça um bom
trabalho como um adulto assombrado e estudioso, tão pressionado por seu desejo
pela mulher de seu amigo de infância que decide cloná-la. A paixão e a luxúria,
tais como são, estão todas reprimidas.
O diretor é Terence Fisher, que está se preparando para
ser o grande autor de terror do Hammer Studio. Ele dirige com referências
deliberadas ao Frankenstein de James Whale - eletricidade em arco, botões e
mostradores, muitos gritos animados no laboratório -, enquanto os theremins e
osciloscópios combinados com a trilha sonora de Malcolm Arnold, com influência
russa, levam as coisas a um crescendo, principalmente nas cenas de laboratório
(que são as melhores do filme).
De certa forma, Four Sided Triangle também examina um
tema que Hitchcock recebeu muito crédito por abordar em Vertigo - um homem
controlador que cria uma nova mulher para se parecer com a que ele não pode
ter. Isso dá errado por motivos semelhantes aos de Vertigo. Bill, assim como o
Scottie de James Stewart, é um idiota e histriônico, uma combinação terrível
que quase certamente não conquistará o coração de uma bela dama.
Se Lena - ou Helen, como Bill chama sua cópia - é uma bela dama é outra questão. Ninguém parece ter certeza do quanto de femme fatale deve ser injetado na interpretação de Lena/Helen feita por Payton. Mas é por isso que você contrata uma atriz americana loira e com uma imagem pública atrevida, não é? Mas Lena/Helen é uma figura praticamente sem culpa nessa história, o prêmio em uma competição de comparação de pênis perdida por Bill antes mesmo de a fita métrica aparecer.
A Hammer Films acaba de restaurar esse filme estranho e
subestimado, que está à frente de seu tempo em alguns aspectos e é muito melhor
do que sua reputação. Não vi a restauração, mas a versão antiga que assisti
estava em muito bom estado, sendo os altos valores de produção uma marca
registrada da Fisher, e a nova versão Collector's Edition foi feita em 4K. Não
posso garantir, mas deve estar muito bonita.
Steve Morrissey (MovieSteve) – Traduzido livremente e
adaptado
Incrível, você foi rápido, Karamazov!!! Entrei por acaso agora no site, e já me deparei com essa preciosidade! Já fiz o download! Vou ver hoje mesmo, nem que seja a uma da manhã! Estou histérico! ... rsrs... Não li o texto acima porque não quero ter spoilers...rsrs...depois eu leio. Uma coisa é certa, eu sei que verei a nossa amada em dose dupla, nesta produção absolutamente importante da Hammer! Um zilhão de obrigados por essa postagem, que obviamente já se tornou clássica! Parabéns, grande amigo! Grande abraço!!!!
ResponderExcluir(Carlos Fiorelli)
Carlos, consegui agilizar aproveitando algum tempo livre do feriadão, como já tinha o arquivo de vídeo e a legenda, foi só corrigir e sincronizar para começar a fazer a postagem. Quando a legenda é minha aí demoro umas cem vezes mais, haha! O texto é sempre melhor ler depois de assistir ao filme para evitar spoilers.
ExcluirOpa,como faço para salvar uma série na nuvem,q pelo menos tenha 2T
ResponderExcluirObrigado.
ResponderExcluirDe nada.
ExcluirTalvez o tempo seja um fator importante para as pessoas reavaliarem os seus conceitos, e isso deveria ser feito com o “Triângulo de Quatro Lados’’. Particularmente, posso dizer que o filme é espetacular. Talvez eu seja uma pessoa simples no sentido de não exigir imagens ou cenas tão estroboscópicas e movimentadas dos filmes, como uma parte das pessoas apreciam. E outro ponto é que eu assisto filmes por causa dos artistas, e não tanto por causa das histórias abordadas (rsrs...eu sou estranho...rsrs). Mas esse filme é incrível porque o seu andamento é muito coerente, mostrando a vivência de 3 pessoas muito próximas, desde a infância, a fase adulta, e a catarse radical de seus experimentos científicos; outra coisa que adorei é por ser feito de uma forma narrativa em flashback, através do ator James Hayter. Os cenários são todos muito convincentes. Fotografia maravilhosa em preto e branco. A história eu achei sensacional porque me deu a oportunidade de termos a nossa amada estonteante (Barbara Payton), em dose dupla. Posso dizer que a cena em que ela estava na praia, alterou sensivelmente o meu batimento cardíaco (como minha esposa não estava comigo, confesso que pude voltar tranquilamente a cena 4 ou 5 vezes, para checar melhor certos ângulos...é impressionante como essa moça realmente tinha condições de ‘’fechar todo o comércio de uma cidade’’, uma expressão que utilizávamos na minha antiga época).
ResponderExcluirJ. Hayter e Stephen Murray também estão muito bem no filme, e suas atuações são muito espontâneas.
É inevitável pensarmos em Frankenstein, porque o filme tem como objetivo mostrar a criação de um outro ser, através de experiências laboratoriais; de fato, todos os filmes com esse tipo de enredo, partiram inevitavelmente da incrível obra de Mary Shelley. Não creio que é possível fugir desse fato, o importante é a ‘’re-criação’’ da obra em caminhos novos, e é o caso desse filme.
Não posso esquecer que a trilha sonora é de um grande músico, o compositor Malcolm Arnold. O ‘’Main Title’’ do filme é maravilhoso, e durante toda a história, há muitas partes belas. Mas há também momentos em que Arnold deixa a ‘’leveza melódica’’ de lado, e parte para o radicalismo sonoro. A cena da clonagem de Payton é o exemplo claro disso; nessa parte, a melodia é extremamente radical, original, e impossível de não ser notada. A música realmente dá forma e auxilia a cena da clonagem/transformação. É como Bernard Herrmann dizia, ‘’A música é imperativa no cinema, nos filmes’’.
‘’Triângulo de Quatro Lados’’, também é sensacional porque tem algumas características absolutamente particulares. É o primeiro Sci-Fi da Hammer (que já tinha produzido 38 filmes até então), e foi feito em 1953. É o primeiro Sci-Fi dirigido por Fisher, que um mês depois ‘’partiu’’ definitivamente para o espaço sideral com seu segundo Sci-Fi, ‘’Spaceways’’. Foi a primeira vez que Fisher dirigiu algo que transmite uma ideia do romance de Frankenstein (Terence só começaria sua ‘’franquia’’ de Frankenstein, em 1957, com Peter Cushing, uma parceria que durou 5 filmes incríveis). Posso estar errado, e até gostaria de uma informação mais ampla a respeito, mas eu suponho que ‘’Triângulo’’, em 1953, é o primeiro filme no cinema a mostrar/abordar uma cena de clonagem de seres humanos. Uma coisa é certa, a ideia de clonagem, no mundo, surgiu em 1938; porém, ‘’Blade Runner’’ é de 1982, a ovelha Dolly foi clonada em 1996, e a novela ‘’O Clone’’ é de 2001!
Finalizando, esse filme é pioneiro em muitos aspectos na história do cinema, e isso é um grande motivo para ser considerado como importante e essencial.
E quanto a você Karamazov, um zilhão de obrigados seria muito pouco por ter dado a nós a oportunidade de ter essa preciosidade clássica! Parabéns por se dedicar a um trabalho que dá imensa satisfação a muitas pessoas! Grande abraço e muita saúde! Grande amigo!!!!
(Carlos Fiorelli)
Carlos, concordo que o Triângulo de Quatro Lados não seja um filme para todos, principalmente para pessoas da nova geração que consomem mídia de forma frenética e têm pressa para tudo. Também já assisti muitos filmes apenas pela presença de um artista que aprecio, e quando o gênero do filme coincide com o meu gosto pessoal, como é o caso desse aqui que une a deslumbrante atriz Barbara Payton em um filme de Ficção Científica dirigido pelo Terence Fisher...aí é só alegria! A narrativa em flashback, recurso muito usado em noirs, caiu como uma luva no andamento cadenciado do filme. Todos os aspectos técnicos como a cenografia, fotografia, direção e trilha sonora, são excelentes. Acho que lembrava do Malcolm Arnold apenas do A Ponte do Rio Kwai, mas fiquei interessado em suas composições clássicas que ainda desconheço. A Barbara Payton está Bárbara como sempre e a cena da praia realmente é de enfartar! Não contente em apenas voltar a cena, optei, por fazer diversas capturas de tela, como sou solteiro não tem perigo, haha! A nossa musa não só era capaz de fechar o comércio como também de parar o trânsito!
ExcluirAlguns críticos consideram esse filme como a primeira incursão do Terence Fisher e da Hammer na franquia Frankestein, realmente o tema lembra muito o livro da Mary Shelley por abordar os limites da ciência e a pretensão humana de se tornar um deus.
Também fiquei curioso em saber se esse foi mesmo o primeiro filme sobre clonagem humana da história, fiz uma pesquisa rápida e não encontrei a resposta, caso consiga volto aqui para informar.
Carlos, muito grato pelo seu comentário recheado de informações relevantes! De nada, amigo, sempre é um prazer compartilhar raridades com pessoas como você que sabem como apreciar obras interessantes da história do cinema! Grande abraço e muita saúde!
Boa tarde! Todos bem? Espero que sim!
ResponderExcluirAproveito pra agradecer ao RobOpen também pela legendagem da série do Peter Gunn.
Muito obrigado!
Fiquem bem.
Flávio
Tudo certo, Flávio? Obrigado pelo comentário, o RobOpen não colabora no blog, apanhei a legenda dele do OpenSubtitltes e fiz uma revisão integral e nova sincronia, espero que ele leia o seu agradecimento por aqui. De nada, amigo, tudo de bom, um abraço.
ExcluirFala Karamazov, até agora foi tudo legal com o doc Cursed films, acho que não tem problema em postar a 2ª temporada, isso se você quiser, vamos indo devagar e sentindo , Valeu Karamazov !
ResponderExcluirFala, Carlos! Joia que a postagem do Cursed Films não deu problema para o blog, vou postar a segunda temporada sim, gostei mais da primeira, mas a sequência também é muito interessante. Valeu, amigo, um abraço!
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